quarta-feira, 20 de maio de 2009

FWD: DOE VIDA!!


Ontem encaminhei para absolutamente todo o meu mailing um pedido de socorro.

Foram vários emails, porque não cabiam todos os endereços na mesma mensagem.

Mandei pra gente que não vejo há tempos, mandei pra amigos, parentes, coleguinhas, pra terapeuta, pro pediatra, para clientes. Na cara de pau mesmo.

Daí que hoje, quando abri minha caixa postal, descobri como ainda existem pessoas cujo coração é infinitamente maior do que qualquer indisposição, problema ou até mesmo um momento de diversão.

Porque uma parte da turma que recebeu meu pedido de socorro vai realmente me ajudar doando sangue.

Parece que é uma coisa tão simples, mas no fundo não é.

Essa solicitação se deu por conta da internação da minha sogra, a Leda, que há anos samba descalça no fio da navalha, lutando contra uma doença traiçoeira: o câncer. Há uma semana ela está no Hospital Santa Catarina, aqui mesmo em São Paulo.

Por conta disso, tem utilizado várias bolsas de sangue, que precisam ser repostas.

Na verdade, não é um tipo específico, e sim, um preparado especial só de hemoglobina e plaquetas.

Por isso, reitero aqui meu pedido: DOEM SANGUE, DOEM AMOR, DOEM VIDA!!

Lá no hospital existe um hemocentro que participa da campanha "Doe Amor". Eu mesma fui incumbida pelas próprias coordenadoras para ajudar nessa luta.

Essa campanha auxilia hemocentros a manterem seus estoques.

Aliás, o Serviço de Hemoterapia dos Hospitais Santa Catarina e Cruz Azul de São Paulo, são administrados pela Takatu Serviços Médicos Especializados, empresa prestadora de serviços médicos com foco na área de hemoterapia. Tem como diretor geral o Dr. Pedro M. Takatu, um dos pioneiros da hemoterapia no Brasil, responsável pela implantação de vários avanços na área.

Para quem ainda tem algum receio, retirei do site da campanha uma explicação sobre o ato em si:


Doar sangue é um gesto de altruísmo e de respeito para com o próximo. É dar algo que não nos traz prejuízo, mas que pode ser a única esperança de quem está beirando a morte. É oferecer ajuda, sem precisar de nada em troca, apenas pelo prazer de ajudar e se sentir satisfeito consigo mesmo, praticando o bem.A doação de sangue consiste na retirada de aproximadamente 450ml de sangue, através de material descartável, de uso único e estéril. Seu tempo de permanência no Banco de Sangue, incluindo a triagem clínica e coleta de sangue levará ao redor de 30 minutos.

A princípio, qualquer pessoa pode doar sangue, basta trazer um documento que possua foto. Porém é importante observar algumas restrições que visam manter a saúde de quem doa e de quem recebe o sangue como:

· Estar em boas condições tanto físicas (descansado) como de saúde

· Pesar mais de 50 kg· Ter entre 18 e 65 anos

· Não estar grávida

· Ter mais de três meses do parto; não estar amamentando

· Esperar uma semana após fim de episódio de gripe, febre ou diarréia

· Não ser portador de diabetes ou epilepsia· Não estar em jejum (refeição leve)

· Se ingeriu bebida alcoólica - aguardar 4 horas

· Se realizou tatuagem - aguardar 1 ano para doar

· Se realizou endoscopia - aguardar 1 ano para doar

· Ter realizado a última doação há mais de 2 meses (homens)/ mais de 3 meses (mulheres)

· Não ter tido Hepatite após os 10 anos de idade

· Se você ou seu parceiro(a) recebeu transfusão de sangue ou hemocomponentes, aguardar 1 ano para doar


ATENÇÃO

Não realize a doação de sangue se:

· Tiver contraído AIDS, Doença de Chagas, Sífilis, Hepatite (exceto tipo A), Malária, Hanseníase

· For usuário de drogas

· Apresentar comportamento sexual de risco, promiscuidade ou múltiplos parceiros


Quem quiser saber mais, acesse: http://www.doeamor.com.br .

E para quem não puder ajudar, espalhe o pedido por aí.

Mais do que um ato de solidariedade, este é, sem dúvidas, um ato de amor por si mesmo e pelos outros.

Na campanha, o mote é "A vida agradece". E eu tomo a liberdade de dizer: "A Andréa, o Zé, a Leda e mais milhares de outras pessoas nessa mesma situação também agradecem!"


PS: para quem puder ir, peço a gentileza de dizer que a doação é em nome de Nileida Teresa Belisário de Oliveira. O endereço e os contatos são:

Hospital Santa Catarina - Serviço de Hemoterapia

Av. Paulista, 200 - 1o andar - Bloco C

tels.: (11) 3016-4111/ (11) 3016-4148

horário: das 8h às 18h30

quinta-feira, 14 de maio de 2009

Sobre os que vem e os que vão.

Terça-feira minha mãe chegou de uma longa viagem.
Pela primeira vez em sua vida, ela ficou trinta e um dias fora de casa.
Também, pela primeira vez, ela fez uma viagem internacional.
Assim como, pela primeira vez lagrou todo mundo sozinho, seguiu sozinha e foi feliz, sozinha também. Com isso percebeu, pela primeira vez, que o mundo anda sem ela e que ela pode (e deve) andar pelo mundo.
Durante esses dias em que esteve fora, minha mãe conheceu várias cidades em Portugal e Itália, e ainda deu tempo de ir até Londres. Uma experiência incrível pra ela.
Posso afirmar que pra mim também foi.
Pela primeira vez na vida me vi realmente sozinha. E isso não me abalou, mas sim, abriu novos horizontes diante dos meu olhos.
Já disse aqui uma série de vezes o quanto não me dava bem com a minha mãe. Olhava pra ela e via a figura da Esfinge. Era isso que ela representava pra mim - um grande, frio e amedrontador símbolo. Costumava dizer que uma geladeira tinha mais emoções do que minha mãe.
Acontece que esse mês longe fez muito bem pra nós duas. Aliás, a própria mudança já estava fazendo bem.
Eu senti saudades dela, por incrível que pareça... e disse isso algumas vezes, durante os telefonemas e as conversas no msn.
No último dia de sua viagem, enquanto acertávamos as questões de vôo, chegada aqui no Brasil, etc e tal, já que os horários haviam sido antecipados, soltei um "vem com Deus... eu te amo".
E ela riu. Riu e chorou.
Desliguei o telefone e cai um choro só. Estava realmente com saudades da minha mãe.
E olha que passei incólume (e órfã em pleno dias das mães) no domingo.
Pra fazer surpresa, fui até a casa dela e preparei um jantarzinho bem básico: arroz, feijão, lagarto recheado, salada de alface. Também comprei uma torta mousse de chocolate e flores, muitas flores em tons de roxo, rosa, lilás.
Quando ela entrou nos abraçamos muito mesmo, choramos e rimos. "Ai que saudades", falamos juntas, ao mesmo tempo.
Foi muito bom aquilo tudo.
Daí ontem, ainda pela manhã (e na ressaca da volta da minha mãe), recebo uma ligação do Zé dizendo que a Leda estava sendo internada. Meu coração partiu ali.
O fim está muito perto, pensei sozinha.
Tentei passar o dia me distraindo com outras coisas, fui novamente até a casa da minha mãe, mas o Zé chamou de novo e aí ouvi da minha mãe um "vai que ele precisa de você muito mais do que nós", se referindo ao Lucca e a ela mesma.
Saí de lá e fui direto para o hospital.
Confesso que nunca chorei tanto como fiz durante o trajeto até a avenida Paulista. Aliás, precisei me controlar para sair do estacionamento e entrar no hospital.
Não sabia como lidar com a perda, tão iminente...
Fiquei lá das 17h às 22h, e durante esse período, procurei ajudar em tudo, já que ela estava semi-consciente e muito agitada.
Revesávamos para não chorar dentro do quarto.
Embora já soubéssemos que o fim chegaria, nenhum de nós estava realmente preparado para assistir tanta dor, tanto sofrimento físico
Também a abracei muito, acariciava seus cabelos, e dizia baixinho em seu ouvido orações espíritas.
Em determinado momento, agradeci em pensamento tudo o que ela havia me ensinado em termos de fé, resignação, força. Agradeci por acolher a mim e a meu filho durante todos esses anos em sua casa, por permitir que eu me relacionasse com o Zé e, finalmente, pedi para que fosse embora em paz.
Hoje sou eu quem vai dormir lá com ela. Vou cuidar e ajudar como posso, com todo o meu coração e amor.
Porque quando isso tudo acabar, e a Leda for embora de vez, terei outra missão, muito importante também.
Vou cuidar da minha mãe, que acabou de chegar para mim, sem a sua fantasia de Esfinge.
Precisei conhecer a Leda pra entender muitas coisas, e entre elas está o fato de que eu amo muito minha mãe.

"Amiga Querida, vá em paz. E mais uma vez, obrigada por tudo. Sempre!"

"Mãe, seja bem-vinda. Seu lugar está guardado dentro do meu coração há anos."

segunda-feira, 11 de maio de 2009

O ralo.


Essa semana fiquei noiva. Mais precisamente, quarta-feira.

O Zé há muito já havia manifestado essa vontade, porém, diante de tantos obstáculos em nosso caminho, isso ficou em último plano.

Aliás, planos eram coisas que não faziam mais parte de nossas vidas. Mas acontece que conversamos e chegamos à conclusão de que não dá pra evitar o inevitável. E na última quarta-feira ele apareceu aqui com o par de alianças (a minha tem até um brilhante!).

Por isso mesmo, na sexta-feira fui dar um "trato" no visual. Cortei cabelo, fiz as unhas, sobrancelhas, depilação, etc e tal. Obs: como um salão de beleza faz a diferença na vida da gente... O astral vai de zero a dez em segundos!!

No sábado eu tinha, pela manhã, a festina de comemoração de dia das mães na escola do Lucca. Fui toda bonitona, arrumada, afinal, meu filho merece mais do que ninguém!!

Voltamos pra casa, providenciei um almoço para nós dois e quando já estava retirando a mesa e pondo pratos e talheres para lavar, eis que meu irmão surge. E eis que começa a minha saga...

Pra encurtar a história, meu irmão tinha no freezer uma costela de carneiro congelada, e ele e seu melhor amigo resolveram que iam assar a carne na churrasqueira. Sendo uma irmã muito bacaninha, um dia antes tirei o "bicho" para descongelar (assim facilitava o processo).

Pois bem... O Fábio chegou e foi temperar a carne com ervinhas do nosso canteiro (alecrim, cebolinha, salsinha, tomilho, sálvia, hortelã), sal, alho e vinho tinto. E eu havia pedido apenas um minutinho para desocupar a pia e ceder espaço a ele.

Acontece que ele não esperou, afinal, o sábado estava lindo - sol, calor, cerveja gelada esperando, a churrasqueira sendo preparada. Só sei que ele pegou o liquidificador, colocou todos os temperos dentro e despejou com vigor a garrafa de vinho tinto.

E com o mesmo vigor o vinho escorreu entre o copo, a caixa da lâmina e o motor do liquidificador.

Virou uma cachoeira: o vinho ensopou a toalha (branca, por sinal) que cobria a mesa, escorreu por trás da mesa (que e basculante) e inundou a cozinha.

Precisei sair da cozinha e esfregar os olhos para acreditar no que eu estava vendo. Juro, tinha vinho na lateral do fogão, na porta da geladeira, na parede, na pia.

Baco devia estar se deleitanto com tamanha farra.

Na hora meu irmão ficou, num primeiro momento com raiva e, na sequência, completamente sem graça.

Sim, eu sei que não foi de propósito. Ele até tentou limpar.

Daí, quando eu imaginei que a coisa toda estava contornada, veio o segundo round: a água do descongelamento do carneiro também foi pro chão. Na verdade fez um trilha, seguindo da pia até o cesto de lixo, aonde foi depositada a embalagem do bicho.

Ele sorriu desconcertado e disse: "nossa! tô destruindo a casa hoje".

Contando de um a um milhão, pedi gentilmente que ele fosse terminar de temperar aquela porcaria na casa do amigo dele. E ele sabiamente me obedeceu.

Bem, a essa altura éramos eu, a pia com a louça e a cozinha imunda.

Vesti minhas luvinhas de borracha, afinal tinha feito as unhas, e parti para o ataque na pia.

Acontece que a cada passo que eu dava, sentia que meus pés grudavam no chão. Daí resolvi lavar a cozinha. E foi exatamente nesse momento, caros leitores, que a sorte (no caso, a minha) foi lançada.

Peguei o balde com água, coloquei um desses produtos tipo "limpeza pesada" com aroma cítrico e fui jogando a mistura por toda a cozinha. Na sequência entrei com a vassoura para iniciar o esfrega-esfrega.

Só que o vinho manchou o rejunte e eu precisei do auxílio daquele famoso alvejante com cloro. E como eu estava de chinelos, lá se foi o trabalho da pedicure.

Pensei: "sem problemas, vai... ponho um sapato fechado e ninguém vê nada".

Observação: naquele mesmo dia ia comemorar com o Zé e com meu filho o noivado, por isso também fazia questão de estar bem bonita.

Esfrega daqui, esfrega de lá, as manchas sairam do chão, mas minha blusa verde musgo não teve a mesma sorte - respingos do alvejante alvejaram a blusa - e adivinhem: "pintas" desbotadas agora faziam parte da vestimenta.

Respirei fundo, ajeitei a franja e fui buscar água limpa para enxaguar a cozinha.

Joguei a água no sentido "porta da sala para área de serviço" e o inferno (parte 8, talvez) começava alí. A água não ia para o sentido do ralo!! A água fugia para a sala, por baixo da geladeira, por baixo da porta da entrada de serviço, menos para o maldito ralo!

A essa altura jurei esfolar o Fábio. E o Lucca, prevenido que só, tratou de ficar jogando videogame no quarto.

Bem, não me restava outra alternativa a não ser puxar a água com o rodo. E eu repeti o processo umas dez vezes, sem exagero.

Quando consegui colocar toda a água na área de serviço, outra desgraça: a água represava nos cantos, ficando cada vez mais longe da droga do ralo!!

Nesse momento, com a blusa manchada, esmalte dos pés opaco, franja desalinhada e suando em bicas por ter arrastado geladeira, fogão, máquina de lavar roupas e puxado a água umas dez vezes da cozinha para fora, tive outro susto (se bem que podia ser um surto mesmo): a porcaria da droga do maldito ralo, além de ser mais alto do que o Everest, fica embaixo do tanque.

Como assim?, perguntarão os estimados leitores.

E eu respondo: a porcaria da droga do infeliz e maldito ralo foi colocado bem embaixo do tanque, próximo à parede e numa área mais elevada do que o resto do ambiente. Possibilidade da água escoar por alí? Zero!

Mas como sou brasileira (e viginiana) e não desisto nunca - mesmo porque desistir alí significaria deixar a cozinha e adjacências igual ao estado de Santa Catarina durante as chuvas - peguei o rodo novamente e fui, como num ballet insano, puxando a água rapidamente, de um lado para o outro, até que consegui eliminar cerca de 80% do volume (xingado cada geração de assentadores, pedreiros e engenheiros que tiveram a idéia infeliz de colocar um ralo naquele local).

Já sem forças, com o esmalde dos pés opacos, cabelo desgrenhado, blusa manchada e suando em bicas, tratei de utilizar todo o estoque de panos de chão.

Foi exatamente nesse momento que tive um insight!!

Lembrei que há um mês eu comprei um rodo que prometia ser a sensação: ao invés da borracha preta, há uma espuma grossa que absorve a água e, por meio de um sistema, puxamos uma alavanca e essa espuma é espremida até ficar sequinha e pronta para o uso.

Lá fui eu bravamente utilizar a bugiganga. Que não funcionou conforme a progaganda, é claro.

O tal sistema da alavanca não espreme o suficiente a tal espuma que, por sua vez, fica encharcada, fazendo com que eu tivesse que apertar bem até sair toda a água.

Fora de brincadeira, mas entre entre o desastre e a limpeza total gastei quase três horas. Isso não é nada se comparado ao que gastei no salão. Em termos financeiros, é óbvio.

Fui diretamente da cozinha para o banheiro e quando me olhei no espelho, quis morrer. Aliás, nem vou descrever aqui o que vi para não sofrer de novo.

Me senti protagonista do filme Desventuras em Série.

Só sei que tomei banho, lavei meus cabelos (que horas atrás tinham uma escova linda), me arrumei como pude, coloquei um tênis no pé e fui, juntamente com o Lucca, encontrar o Zé.

Para meu espanto levei mais de uma hora para percorrer uma distância que faria em 25 minutos.

Cheguei lá acabada, de mau humor, azeda mesmo.

E ele teve a audácia de perguntar o que havia acontecido, por quê eu estava vestida daquele jeito e se eu tinha mesmo que ficar com cara de mau humor.

Só sei que precisei me conter e contar novamente até um milhão. Caso contrário o noivado certamente iria ralo abaixo e dessa vez, com facilidade.



domingo, 3 de maio de 2009

Acorda, Alice!


Essa é a história de Alice que, sonhadora que só (ou medrosa que só), se recusa a enxergar a realidade nua e crua.

Na verdade, Alice entrou num estado de hibernação há muitos anos. Uma série de tropeços e obstáculos fez com que ela tomasse essa decisão. Por isso, preferiu não estar acordada quando o tufão passasse. Acontece que o tufão ainda está passando, e os ventos sopram com força total verdades em sua face.

Enquanto isso, Alice dorme.

Alice vive como um zumbi, um morto-vivo. Tem atitudes automáticas e reage com violência quando alguém quer acordá-la. Durante esse tempo todo, Alice passou a cultivar também a ausência de sentimentos, preservando apenas o medo e a culpa.

Ah! o velho medo e a culpa, tão companheira ao longo de sua jornada, a impedem de acordar. Porque Alice não sabe o que vai encontrar quando acordar. Ou melhor, sabe sim.

Alice sabe que a vida a espera, cheia de novidades, de energia, de cobranças para sua evolução. Ela tem consciência de sua absoluta inaptidão em encarar o novo, o desconhecido. Sabe também que está em desvantagem diante dos outros que preferiram ficar de olhos bem abertos para se protegerem quando o tufão passasse.

Alice acha que o tufão é um pesadelo, por isso fecha os olhos. Mal sabe ela que a visão é a chave da proteção. Ela ainda acha que depois que a tempestade passar, ela estará a salvo.

Ledo engano...

Após a tempestade tem sim a calmaria. Mas tudo está destruído. A bonança é o start do recomeço. Alice não sabe recomeçar porque ainda não finalizou fases.

Nesse mundo em que vive (ou perambula), Alice encara personagens estranhos, que ora beiram a maldade, ora a indiferença total. Por isso, ela não sabe discernir quando ser indiferente, quando ser cruel.

Acontece que, às vezes, Alice precisa sair desse universo paralelo. E para transitar entre esses mundos, ela construiu um muro. Daí que ela também se esconde atrás desse muro e quando sai, vem blindada com seus medos e vestida com uma máscara de alegria, de descontração.

Porém, Alice sente que o tufão está mesmo indo embora e está chegando o momento de derrubar o muro. Ela vai ter que acordar e seguir a vida e encarar a realidade. E a hora está chegando. A bonança virá também.

Ou não.



PS: a Alice não sou eu.