tag:blogger.com,1999:blog-88375279376123595152024-03-14T00:42:39.725-03:00Don´t Wait Too LongInspirado na letra de uma das mais conhecidas canções da cantora Madeleine Peyroux, Don´t wait too long é quase um mapa do reencontro comigo mesma ou uma bússola do meu projeto de #seguiremfrente. Afinal, esperar muito nunca foi a melhor solução para quase nada, nem mesmo na natureza. Afinal, tudo tem um tempo certo.Andréahttp://www.blogger.com/profile/05715371111827219459noreply@blogger.comBlogger164125tag:blogger.com,1999:blog-8837527937612359515.post-13296490760733983252018-03-11T17:33:00.002-03:002018-03-11T17:33:25.909-03:00Saturno, Chronos e o tempus fugit<div style="text-align: justify;">
Eu sempre tive medo do tempo. Tinha medo de que ele voasse e eu não pudesse acompanhar; tinha medo de que ele não passasse para eu conseguir tudo aquilo que queria. </div>
<div style="text-align: justify;">
Desde criança ouvia "amanhã a gente faz isso", "amanhã será melhor", "sempre há o amanhã". </div>
<div style="text-align: justify;">
Eu nunca soube lidar com o tempo porque meu tempo interno era urgente, imediato, fugaz. Até a gestação do meu filho foi mais curta...</div>
<a href="http://3.bp.blogspot.com/-vnZFGivkkJg/VKUajESaM7I/AAAAAAAAC-I/g68WixcbE8o/s1600/saturne.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em; text-align: justify;"><img border="0" data-original-height="930" data-original-width="550" height="320" src="https://3.bp.blogspot.com/-vnZFGivkkJg/VKUajESaM7I/AAAAAAAAC-I/g68WixcbE8o/s1600/saturne.jpg" width="189" /></a><br />
<div style="text-align: justify;">
E daí veio um ano de Saturno e tudo o que eu sabia sobre o tempo simplesmente parou de funcionar como um relógio quebrado. </div>
<div style="text-align: justify;">
Saturno devia se chamar Chronus, já que representa os princípios do limite e restrição: é a atitude prática e realista diante da vida. É a disciplina e o dever, o planejamento e a lógica. É o planeta da experiência, da cautela e da ambição.</div>
<div style="text-align: justify;">
Tempus fugit (e que só voa mesmo no tempo dele). </div>
<div style="text-align: justify;">
Levei anos para entender coisas e pessoas, para aprender sobre outras coisas, para alcançar alguns sonhos e anos para entender que só desistindo de certas ideias chegamos a algum lugar. </div>
<div style="text-align: justify;">
Tempus fugit e Saturno é Chronos. E sendo assim, fez do meu ano solar o tempo das lições. </div>
<div style="text-align: justify;">
Um mês sabático fora do país. Um tempo conhecendo o melhor e o pior das pessoas, sozinha, longe de casa. Mas se a casa é onde moram nossos sonhos, amores e medos, eu levei minha casa comigo, e durante todo esse tempo me abriguei naquilo que conhecia em mim. E o tempo lá fora me fez conhecer então uma outra Andréa. </div>
<div style="text-align: justify;">
Depois, foi mais um mês pra descobrir o tumorzinho do peito (num tempo que simplesmente não passava), e então o mês entre hospitais, leitos quartos de janelas fechadas e toda a sorte do tempo que não passa em lugares assim. Foram 45 dias pra conseguir fazer alguma coisa sozinha. Eu precisei do tempo dos outros, e esse, meus amigos, não se conta. Cada um dá aquele tempo que pode. Tive pessoas preciosas doando seu tempo para que o meu aqui nesse plano fosse além daqueles dias. </div>
<div style="text-align: justify;">
Quando eu achei que já estava tudo Ok, veio a batida do carro e desde então já são dois meses e meio a pé, gastando meu tempo entre caminhadas apressadas com a mochila nas costas, num tempo único de reflexão e muitas eles encantamento e descobrimentos. </div>
<div style="text-align: justify;">
Andar a pé nos dá novas perspetivas de tudo que já vimos antes, de dentro de um carro, acelerando antes que o sinal fechasse. </div>
<div style="text-align: justify;">
Até mesmo aqueles cinco longos anos entre a bendita coletiva de imprensa no Renaissance e tudo o que eu estava vivendo tomaram outro rumo, num novo tempo, de descobertas e de entendimento que para os outros - de novo - o tempo talvez passe em outra contagem. </div>
<div style="text-align: justify;">
Tempus fugit e eu já não corro mais. Porque eu entendi que a maior lição de Saturno, durante todo este seu longo ano, foi me por em compasso com o tempo do Universo e me devolver para meu fuso, aquele da minha morada lá dentro do meu peito. </div>
<div style="text-align: justify;">
O tempo de Saturno está acabado nos próximos dias. Vem Júpiter, que já chega em retrogradação e em total alinhamento com Saturno para terminar de curar tudo o que ainda estava exposto. </div>
<div style="text-align: justify;">
Tempus fugit e agora eu, no carpe diem, lambo minhas feridas que já estão virando cicatrizes - os meus troféus de um maravilhoso tempo de Saturno. </div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<br /></div>
Andréahttp://www.blogger.com/profile/05715371111827219459noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8837527937612359515.post-7985948730596410622017-05-26T17:01:00.000-03:002017-05-26T17:01:27.976-03:00Sobre mães, marmitas, abraços e luto<table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="float: right; margin-left: 1em; text-align: right;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://4.bp.blogspot.com/-qoH-zVs7zq4/WSiJMGzA0nI/AAAAAAAAB4E/4mVtXfIbEzIzgw06gtpmkzfI1uKfR0-QQCLcB/s1600/penne%2Bcom%2Bcamar%25C3%25B5es%2Be%2Baspargos.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; margin-bottom: 1em; margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="960" data-original-width="768" height="200" src="https://4.bp.blogspot.com/-qoH-zVs7zq4/WSiJMGzA0nI/AAAAAAAAB4E/4mVtXfIbEzIzgw06gtpmkzfI1uKfR0-QQCLcB/s200/penne%2Bcom%2Bcamar%25C3%25B5es%2Be%2Baspargos.jpg" width="160" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Marmita da mãe que virou outro prato</td></tr>
</tbody></table>
<br />
Essa semana perdi a minha ex-sogra, a avó paterna do Lucca, mãe do Alê.<br />
Aliás, essa semana foi a mais longa em termos de horas de dor e, ao mesmo tempo, a mais rápida deste ano. Somente hoje, sexta-feira, me dei conta que a última refeição decente foi na segunda a noite, quando o Lucca fez uma sopa de mandioquinha enquanto eu estava na reunião de condomínio. Subi e havia uma mesa posta e uma vida em ordem. Terça de manhã havia a bagunça da pia e uma notícia avassaladora: a Neide tinha enfartado e falecido. Assim mesmo, pá-pum, sendo que horas antes ela e o Lucca falaram ao telefone.<br />
Daquele instante até ontem a noite eu não parei: fiz questão de ajudar em tudo o que podia, como forma de agradecer por tudo o que sempre fez por mim, mas principalmente pelo meu filho. A dor daqueles meninos - meu ex-cunhado, o pai do Lucca e o próprio - era tão grande que eu não podia apenas dar o pêsames.Se bem que quem me conhece sabe que sou assim mesmo: vou lá e faço. Seja pra quem for, seja o que for. Tem que vestir o morto? Ok, eu visto. Tem que maquiar? Ok, também faço. Esperar carro funerário, discutir pra achar os pertences? Tô lá!<br />
E assim o fiz. Até o fim. Segurei a dor dos familiares, dos amigos, das companheiras de bingo, de terço, as clientes do Avon, das costuras...<br />
Enquanto isso, a minha mãe segurava o Lucca. Foi a primeira perda dele. A primeira e a mais dolorida porque ele e a avó haviam reatado o contato em fevereiro deste ano. Por motivos que não cabem aqui, e alheios a nossa vontade, passamos dois anos longe dela.<br />
Eu segurei no peito até a tristeza da minha mãe que era amiga dela. Ex-sogras que se curtiam... dá pra imaginar? Pois é, eram!<br />
Ontem a noite, quando tudo caminhava para o continuar da vida, eu desabei. Senti meu corpo doer como se eu tivesse despencado de uma escada, senti o impacto de ter segurado tudo. Ontem a noite eu chorei de soluçar até dormir, já de madrugada.<br />
Chorei porque se mães deviam ser eternas, avós deviam ser permanentes! Chorei não só porque perdi uma amiga, mas porque a dor do meu filho é tão intensa - e cá pra nós essa dor me dilacera até hoje desde a perda da Nora - e eu não posso fazer nada.<br />
Lucca é um menino esperto, forte, maduro. Mas não existe maturidade quando se está de frente a uma perda destas. Essa ferida ele vai carregar até o dia que a outra avó, minha mãe, se for também. Aí se fecha um ciclo - que eu também já passei - e abre-se um abismo. É quando nossa história começa a virar apenas memória.<br />
Hoje ainda não estava bem. Mas decidi cozinhar e transformar esse sentimento ruim em algo útil.<br />
Foi daí que caiu a segunda ficha: no meio dessa tormenta toda, a minha mãe se preocupou em que eu comesse, e separou marmitinhas pra mim. Uma delas era bem chique, com aspargos e camarões, e que eu transformei num prato com uma massa italiana maravilhosa, cheia de energia boa da transmutação. Comida é afeto que a gente põe pra dentro, é conforto, é alimento pra alma também, afinal. E nisso minha mãe é imbatível!<br />
A gente encerra ciclos e aprende coisas com esse finalizar todo. E das lições que ficam é que o abraço de quem nos ama é sempre a melhor almofada que podemos nos jogar. Eu abracei o pai do meu filho, zerando ali todas as pendências que tínhamos, eu abracei meu filho com todo o meu amor, e minha mãe me abraçou com toda a sua força.<br />
Obrigada, mãe, por me manter de pé.<br />
Obrigada, Neide, por todo o amor que você nos deu. Que você tenha muita luz em sua nova jornada, e que, aqui neste plano, eu possa perpetuar esse ciclo fraterno e solidário, de amor ao próximo.<br />
<br />
<br />
<br />
<br />Andréahttp://www.blogger.com/profile/05715371111827219459noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8837527937612359515.post-81146166784999813102017-04-25T10:02:00.000-03:002017-04-25T10:02:30.183-03:00Como potinhos de Nutella<a href="https://4.bp.blogspot.com/-AD50Gjs5aME/WP9IfIRbOCI/AAAAAAAAB3Y/CX8vkuPwlkc5lUT605hx1nYVfKG2Sr3rgCLcB/s1600/pote-de-nutella.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" height="149" src="https://4.bp.blogspot.com/-AD50Gjs5aME/WP9IfIRbOCI/AAAAAAAAB3Y/CX8vkuPwlkc5lUT605hx1nYVfKG2Sr3rgCLcB/s200/pote-de-nutella.jpg" width="200" /></a><span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">Potinhos de Nutella acabam. Bons vinhos, aquela cerveja incrível, o prato predileto, o chocolate favorito, férias, filmes, livros. Tudo acaba, tudo é findo. </span><br />
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">Relacionamentos também, sejam eles de qualquer espécie. E tal como no caso dos alimentos, muitas vezes azedam antes mesmo de acabar - basta colocar uma colher suja no pote pra correr o risco de perder aquele finzinho delicioso, e ter a (infeliz) surpresa do estrago. Potinhos de Nutella sempre acabam, mas a gente insiste em deixar aquele restinho pra mais mais tarde, pro conforto da alma num momento de necessidade, e não nos damos conta (será?) que isso também acaba. E assim vamos guardando vários potinhos quase vazios pela vida afora. </span><br />
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">A gente nasce sabendo que vai morrer. A gente cresce tendo a certeza das finitudes, dos prazos de validade e, ainda assim, insiste, dentro de um egoísmo absurdo, em prolongar o que não tem mais jeito. Rezamos para Deus manter conosco pessoas com doenças em estágios terminais. Rezamos para que o chefe nos mantenha naquele emprego insuportável, que suga nossa vida e nos joga no limbo mais profundo do poço da baixa autoestima profissional. Rezamos para que o outro não vá embora mesmo estando infeliz ao nosso lado e fazendo de nossos dias monótonas paisagens cinza. Rezamos e não aceitamos o fim, mesmo diante da certeza do fim. Como por fim aquilo que já nos deu tanto prazer? </span><br />
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">E, ao contrário do que se pensa, isso não é amor, é apego, é egoísmo puro e medo simples. </span><br />
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">Esse é o ponto de quebra da questão: meter o dedo lá no fundo do pote e tirar o melhor dali ou deixar estragar só pra dizer que ainda tem um resto? </span><br />
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">A gente sempre esquece que dá pra buscar outro, que dá pra ter coisa melhor ou maior. E daí, diante da ansiedade do fim e do medo, opta errado, e vive infeliz pro resto da vida com a escolha.</span><br />
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">Há algum tempo, desde que me permiti viver minha metamorfose, venho aprendendo a lidar com os finais - alguns felizes, outros nem tanto, mas todos essenciais para que haja renovação de ciclos. Dizer não para jobs duvidosos, fechar portas para amizades unilaterais, me sabotar cada vez menos (até zerar essa conta), não ser o que os outros querem, mas viver minha minha essência em si, e ir cortando relacionamentos abusivos, (de novo) sejam eles de qualquer natureza, fazem parte desse aprendizado, </span><br />
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">Saber viver o prazer do fim é sinal de maturidade. É como beber até a última gota do vinho e ficar com as bochechas vermelhas e o riso frouxo. É alcançar com o dedo aquele restinho da Nutella lá no fim do pote e preencher a alma de conforto com tão pouco e seguir em frente,</span><br />
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">É saber que, para todas as coisas que acabam, outras começam. Basta a gente não deixar estragar. </span>Andréahttp://www.blogger.com/profile/05715371111827219459noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8837527937612359515.post-17065012600736352342016-06-12T11:37:00.001-03:002016-06-12T12:13:23.972-03:00Cadê você?<div class="separator" style="clear: both;"><a href="https://lh3.googleusercontent.com/-zY03n1d1TeM/V11zt5tWs8I/AAAAAAAAB04/pc9QaEwc8Ek/s640/blogger-image--1231135031.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://lh3.googleusercontent.com/-zY03n1d1TeM/V11zt5tWs8I/AAAAAAAAB04/pc9QaEwc8Ek/s640/blogger-image--1231135031.jpg"></a></div><div class="separator" style="clear: both;"><br></div><div class="separator" style="clear: both;"><div class="separator" style="clear: both;"><br></div><div class="separator" style="clear: both;"><span style="font-family: 'Helvetica Neue Light', HelveticaNeue-Light, helvetica, arial, sans-serif;">Ele nunca me pediu em namoro mas eu aceitei desde o dia que o vi, naquela bendita coletiva de imprensa. </span></div><div class="separator" style="clear: both;">Ele nunca me chamou de namorada, mas esteve comigo nas fases mais difíceis que passei, nos dias em que não fui legal com ele. E nos momentos em que lhe restava me abandonar, ele escolheu seguir comigo. </div><div class="separator" style="clear: both;">Ele nunca diz "eu te amo", mas ele me ama sim!</div><div class="separator" style="clear: both;">E eu sei porque seus lindos olhos dizem, suas mãos entrelaçadas nas minhas dizem, seus dedos nos meus cabelos dizem também. O seu corpo inteiro diz que me ama. </div><div class="separator" style="clear: both;">Ele diz "eu te amo" em cada "Bom Dia", em cada "Cadê Você", a cada "Pensei em Você", e em todas as playlists que ele gentilmente pede para eu ouvir. </div><div class="separator" style="clear: both;">Ele diz "eu te amo" quando pega o violão e toca Luz dos Olhos, ou Quase sem Querer, ou All I Want is You, do U2, só pra mim, que sou sua plateia mais exclusiva e cativa. </div><div class="separator" style="clear: both;">Ele me dá todo esse amor com cuidados diários. </div><div class="separator" style="clear: both;">Ele cuida da minha alma. </div><div class="separator" style="clear: both;">Ele também cuida da minha vida me empurrando pro meu melhor futuro, fazendo com que eu enfrente e vença meus monstros diários e os fantasmas da minha história. </div><div class="separator" style="clear: both;">Ele pôs doçura em minhas palavras e regula meu tom para que eu nunca mais saia do tom. </div><div class="separator" style="clear: both;">Ele é meu exemplo de foco, de determinação, de persistência. </div><div class="separator" style="clear: both;">Ele é minha alegria off-line, a vida real em muitas horas de entrega em que o mundo é só nosso. </div><div class="separator" style="clear: both;">Ele é minha melhor gargalhada, o meu suspiro mais profundo, o frio que sobe na espinha, as tais borboletas no estômago, a melhor espera, a maior ansiedade, a minha dúvida e a minha certeza. </div><div class="separator" style="clear: both;">Ele é, sim, tudo isso. </div><div class="separator" style="clear: both;">E eu sou a mulher mais feliz e completa do mundo por ter ele ao meu lado. </div><div class="separator" style="clear: both;">Feliz Dia, Baby!</div><div class="separator" style="clear: both;">#teamobeijotchau</div><div class="separator" style="clear: both;">❤️</div></div>Andréahttp://www.blogger.com/profile/05715371111827219459noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8837527937612359515.post-6731814063687323922016-04-04T21:28:00.001-03:002016-04-04T21:33:09.489-03:00Do tempo - o meu e o seu<table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="float: right; margin-left: 1em; text-align: right;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://lh3.googleusercontent.com/-IKPti9mK_aA/VwMFBlm5KwI/AAAAAAAAB0U/uGvuLCqDtPc/s640/blogger-image--1293649366.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; margin-bottom: 1em; margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="185" src="https://lh3.googleusercontent.com/-IKPti9mK_aA/VwMFBlm5KwI/AAAAAAAAB0U/uGvuLCqDtPc/s320/blogger-image--1293649366.jpg" width="320" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="font-size: small; text-align: start;">Acelera esse relógio e me alcança que ainda dá tempo. Vem!</span></td></tr>
</tbody></table>
<div style="text-align: justify;">
Vivemos dias insanos ultimamente. </div>
<div style="text-align: justify;">
Talvez seja a tal crise que anda arrastando os dias e engolindo os ânimos, talvez seja o excesso de informação que nos enfiam goela abaixo e daí temos que mastigar, digerir e regurgitar, às vezes. Talvez sejam as nossas escolhas, nessa mania absurda de viver achando que sempre cabe mais alguma coisa. Só que não cabe. E daí nossos dias passam como maratonistas quenianos, numa corrida de obstáculos sem fim. </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Quando se vê, já foi mais um dia. Quando se dá conta, já é hora de levantar.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
E nessa roda de escolhas da vida, a parte do pessoal-emocional vai ficando pra trás. </div>
<div style="text-align: justify;">
`</div>
<div style="text-align: justify;">
Às vezes até rola um encontro fortuito aqui, outro acolá, um sábado inteiro ao lado de alguém legal, ou uma tarde de domingo inesquecível. Mas nada além disso, porque, afinal, não sobra tempo. E o que sobra não se pode perder em devaneios para novas escolhas.Não cabe pelo simples fato que não queremos que caiba. E mesmo que caiba (porque se apertar um pouco cabe sim), há um fator decisivo: abrir mão de algo em detrimento ao outro. Porque o novo requer compromisso (palavrinha que assusta já de saída e que trava muita gente em novas tentativas), espaço e tempo. E como lidar com isso, com o tal do <i>timming</i>?</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Daí entram todas as desculpas que se fantasiam com as vestes desse senhor: não tenho tempo, não vai dar tempo, eu não vou ter tempo, agora eu tô sem tempo... E assim a gente vai morrendo um pouquinho por dia - seja por desejar o tempo alheio, seja por negar esse tempo, mas principalmente por não se permitir ter tempo para questões elementares.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
E mesma já mergulhei de cabeça no trabalho e me afundei no mar dos sem tempo só para fugir da realidade de uma separação dolorida. E me afoguei em sentimentos mal curados quando me vi, pela primeira vez na vida, com todo o tempo do mundo após uma demissão. Não havia mais viagens loucas de trabalho, reuniões intermináveis do outro lado da cidade, nem os plantões, nem as crises para gerenciar. Só havia me sobrado o tempo. Esse mesmo que me fez deixar passar pessoas interessantes, momentos que poderiam ter sido bacanas, experiências agregadoras e felizes. E depois de entender que é preciso equilibrar as escolhas e o relógio, passei a me permitir a ter tempo para viver, experimentar e ser feliz. E assim sigo.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Só que na prática nem tudo funciona assim. É raro quando os tempos que sobram coincidem e duas pessoas resolvem seguir juntas, de fato, além dos encontros fortuitos.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Há alguns dias notei, de fato, que nossos tempos não batem. Deve ser o tal do <i>timming</i> mesmo, porque não há falta de sentimento que justifique a distância, o silêncio e o freezer que se cria entre esses encontros. Engraçado notar que nesses momentos que estamos juntos o tempo para, o mundo para, só a gente que não!</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Então eu desejo que você se encontre com o seu tempo, que reaja a ele, que tenha voz e pulso sobre ele. Que use esse tempo pra fechar, de fato, as feridas que ainda insistem em estar aí no seu peito, rasgando sua alma. O tempo cura, sim, tudo.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
O tempo que faz passar dias e horas só não faz passar a vontade de você. Como lidar?</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
Andréahttp://www.blogger.com/profile/05715371111827219459noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8837527937612359515.post-3565582631204902312016-03-30T15:41:00.001-03:002016-03-30T15:41:12.162-03:00Expectativa não é planta para ser criada<table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="float: right; margin-left: 1em; text-align: right;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://lh3.googleusercontent.com/-jNJQdpX7ubs/Vvwb8mOsIzI/AAAAAAAAB0E/BEWxTeZ_tho/s640/blogger-image-1728742082.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; margin-bottom: 1em; margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="320" src="https://lh3.googleusercontent.com/-jNJQdpX7ubs/Vvwb8mOsIzI/AAAAAAAAB0E/BEWxTeZ_tho/s320/blogger-image-1728742082.jpg" width="213" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Plantas Epífitas</td></tr>
</tbody></table>
<br />
<div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Certa vez, uma amiga postou algo interessante em sua página do Facebook: "Crie porcos e você terá bacon. Crie minhocas e você terá adubo. Crie peixes, e terá um aquário. Crie plantas e você terá um jardim. Você pode até criar um unicórnio, e dai terá uma bela imaginação. Mas aprenda: expectativa não foi feita para ser criada".</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><br /></span></div>
</div>
<div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Na hora curti e ri, mas depois parei para pensar em como essa criação é perigosa. Expectativa é como samambaia: da noite para o dia aparece e quando se vê, já ocupou um latifúndio. </span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><br /></span></div>
</div>
<div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Ainda estou tentando encontrar uma utilidade para as expectativas. Se são a causa daquele frio na boca do estômago num primeiro momento, depois de pouco tempo se tornam impossíveis de digerir. E aí a gente fica lá ruminando a incerteza.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
</div>
<div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Sim, porque Expectativa é a irmã mais velha da Incerteza e prima de primeiro grau da Esperança. Andam todas juntas, serelepes, lépidas e fagueiras. Às vezes se desentendem, mas na maioria do tempo articulam e agem juntas. E como num loop eterno, primeiro você espera, depois dúvida e dai volta a crer. </span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><br /></span></div>
</div>
<div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Mas por que raios criamos as benditas expectativas se sabemos quão danosas são?</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><br /></span></div>
</div>
<div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Primeiro e principal motivo: porque precisamos preencher vazios que nós mesmos criamos, e que não são, exatamente, carências. São aquelas pequenas coisas (ok, às vezes nem tão pequenas) que achamos que ainda nos faltam: uma nova paixão, um novo relacionamento, a promoção no trabalho, um prêmio que concorremos, o dia de sol naquela semana de frio e chuva, o reconhecimento por alguma ação que praticamos... </span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><br /></span></div>
</div>
<div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">A expectativa brinca com o possível, com o realizável, com o tangível. Só que a expectativa é planta epífita, daquelas que se apoiam em outras para ter mais luz e crescer. </span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><br /></span></div>
</div>
<div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">E é aí que está a segunda razão para a criação das expectativas: elas sempre, toda a vida, vão depender do outro. Enquanto houver apoio, sustentação, vontade ou necessidade do outro lado, elas estarão lá, crescendo felizes e brotando em cachos as flores da esperança. Mas vulneráveis com suas raízes expostas </span><span style="font-family: Verdana, sans-serif;">ao tempo</span><span style="font-family: Verdana, sans-serif;">. </span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><br /></span></div>
</div>
<div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">E de tanto apoiar minhas expectativas em frágeis galhos alheios, aprendi na marra que os bons frutos da expectativas só nascem se tiverem um solo certo e fértil, e se eu plantar suas sementes com minhas próprias mãos. </span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><br /></span></div>
</div>
<div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Expectativa só vira realidade se houver atitude daquele que espera. Senão, é só mais uma samambaia que veio com o vento. </span></div>
</div>
<div class="separator" style="clear: both;">
</div>
Andréahttp://www.blogger.com/profile/05715371111827219459noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8837527937612359515.post-44799671038351915402016-02-29T19:22:00.001-03:002016-02-29T19:25:36.558-03:00Se não puder falar, escreva<div><font color="#000000" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em; -webkit-text-size-adjust: auto; background-color: rgba(255, 255, 255, 0);"><a href="https://lh3.googleusercontent.com/-2N2K_NZNdqw/VtTFXnK_byI/AAAAAAAABzs/ngeObE2AEr4/s640/blogger-image-723002220.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em; -webkit-text-size-adjust: auto; background-color: rgba(255, 255, 255, 0);"><img border="0" src="https://lh3.googleusercontent.com/-2N2K_NZNdqw/VtTFXnK_byI/AAAAAAAABzs/ngeObE2AEr4/s640/blogger-image-723002220.jpg"></a></font></div><span style="-webkit-text-size-adjust: auto; background-color: rgba(255, 255, 255, 0);">Ainda não tinha aberto novas páginas em 2016. </span><div><div><span style="-webkit-text-size-adjust: auto; background-color: rgba(255, 255, 255, 0);">Mas o horóscopo de hoje me mandou falar ou escrever. Logo para mim, que vivo isso em minha essência.</span></div><div><span style="-webkit-text-size-adjust: auto; background-color: rgba(255, 255, 255, 0);">Há dias eu venho falando com algumas pessoas importantes, selecionadas, gente que é especial e cara para mim. </span></div><div><span style="-webkit-text-size-adjust: auto; background-color: rgba(255, 255, 255, 0);">Mas tem alguém que tem sido diariamente um parceiro de verdade, um amigo, quase um coach. Alguém que me tirou do limbo do medo de arriscar, fazendo com que eu percebesse que agora é a minha hora. </span></div><div><span style="-webkit-text-size-adjust: auto; background-color: rgba(255, 255, 255, 0);">Nunca com palavras fofas, nunca sendo bonzinho, quase me pegando pelo braço e chacoalhando (rs), mas sendo o cara mais legal que eu poderia ter por perto. </span></div><div><span style="-webkit-text-size-adjust: auto; background-color: rgba(255, 255, 255, 0);">Alguém que me bota diariamente diante dos meus monstros e me obriga a enfrenta-los, alguém que acreditava mais em mim do eu mesma jamais acreditei. Alguém que é exemplo de força e de foco, e que faz com que minha fé se renove a cada novo passo que dá. Ele consegue me por no eixo tirando meus pés do chão, me joga na realidade crua e dura, mas me faz agarrar meus sonhos e correr atrás das minhas realizações. </span></div><div><span style="-webkit-text-size-adjust: auto; background-color: rgba(255, 255, 255, 0);">Já lhe falei tudo isso ao vivo e por WhatsApp.</span></div><div><span style="-webkit-text-size-adjust: auto; background-color: rgba(255, 255, 255, 0);">Mas hoje, e como meu horóscopo está pedindo, eu resolvi escrever. </span></div><div><span style="-webkit-text-size-adjust: auto; background-color: rgba(255, 255, 255, 0);">Muito obrigada por ter olhado pra mim há três anos, quando eu abri a porta daquela coletiva de imprensa e te vi também. </span></div><div><span style="-webkit-text-size-adjust: auto; background-color: rgba(255, 255, 255, 0);">E por mais que a gente brigue feito cão e gato, pessoas como você a gente leva pra sempre. </span></div><div><span style="-webkit-text-size-adjust: auto; background-color: rgba(255, 255, 255, 0);">Pra sempre mesmo.</span></div></div><div><span style="-webkit-text-size-adjust: auto; background-color: rgba(255, 255, 255, 0);">Com amor,</span></div><div><span style="-webkit-text-size-adjust: auto; background-color: rgba(255, 255, 255, 0);">Andrea </span></div><span style="-webkit-text-size-adjust: auto; background-color: rgba(255, 255, 255, 0);"><br></span><div class="separator" style="clear: both;"><br></div>Andréahttp://www.blogger.com/profile/05715371111827219459noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8837527937612359515.post-12625875524559697932015-01-09T17:58:00.001-02:002015-01-09T17:58:15.204-02:00Eu não sei nadar<table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="float: right; margin-left: 1em; text-align: right;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="http://1.bp.blogspot.com/-Susf4181v8A/VLAx4XIziEI/AAAAAAAAAyU/1zHQR2I1dvw/s1600/piscina.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; margin-bottom: 1em; margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" src="http://1.bp.blogspot.com/-Susf4181v8A/VLAx4XIziEI/AAAAAAAAAyU/1zHQR2I1dvw/s1600/piscina.jpg" height="212" width="320" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">Eu não sei nadar. Mas ainda vou aprender.</span></td></tr>
</tbody></table>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">Das verdades que carrego comigo essa é uma das mais sinceras: eu não sei nadar. Não por falta de habilidade, mas por medo mesmo. </span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">Sou filha de Iemanjá e tenho de medo de água. Em meus piores pesadelos eu morro afogada.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">Entro em piscina (sem mergulhar, obviamente), entro no mar, já entrei em rio mas nunca passei do ponto de onde meus pés não pudessem mais alcançar o fundo. Gosto da sensação de estar na água (com meus pezinhos tocando o chão), do relaxamento que isso proporciona, gosto do barulho da água, do cheiro de piscina e de mar. </span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">Gosto e mas não me solto. </span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">Sou assim na vida também: até gosto mas não me solto. Pulo, brinco, me esbaldo, me molho, aproveito, até me entrego, mas quando vejo que o chão está longe do meu alcance eu travo.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">Dizem que a culpa é do signo, que tem o elemento terra, dizem que isso é precaução, dizem também que isso é insegurança. Eu chamo isso de autoproteção. </span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">Já mergulhei de cabeça em tantas piscinas rasas que até perdi a conta, e só recentemente aquele sábio conselho de mãe de "entra devagar pra ver se dá pé" fez sentido pra mim. E ainda assim, às vezes, me deixo ser levada por uma correnteza mais forte do que eu posso suportar.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">Todos nós temos medos. Uns têm medo de cachorro, outros de dirigir, outros de barata, uns de fogo, outros de água. Tem medo pra tudo nesse mundo, medo até de sentir medo. Tirando aquilo que é fobia, e que precisa de acompanhamento profissional, todo o resto é trabalhável. Eu não matava barata até o dia em que precisei matar uma.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">Assim é a vida. Uma hora ou outra a gente precisar mergulhar naquela piscina fria que os outros já mergulharam, mas com cautela, com sabedoria, com segurança e até mesmo com um pouco de atrevimento. Os desafios servem para que superemos esses obstáculos mentais impostos por nós mesmos. </span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">Me propus a encarar certos medos esse ano. Não por resolução de réveillon, mas por necessidade mesmo. </span><span style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;">Morro de vontade de ir além, de mergulhar, de ver peixinhos, coisas lindas e coloridas. Morro de vontade de me sentir livre e ao mesmo tempo envolvida pela água.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">Para isso, preciso sair da parte rasa da piscina e ir mais pra frente, preciso ultrapassar as sete ondinhas e ir ver o que tem lá no mar aberto. Preciso aprender a por meu rosto debaixo d´água e a soltar minha respiração sem ter medo de me afogar (em águas e sentimentos).</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;">Acho que finalmente eu quero saber como é sentir tudo isso. A vida em segurança com os pés no chão em tempo integral é chata e plana e rasa. </span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">Eu não sei nadar. Mas esse ano eu vou aprender.</span></div>
Andréahttp://www.blogger.com/profile/05715371111827219459noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8837527937612359515.post-59459295691707891412015-01-06T19:32:00.000-02:002015-01-06T19:32:24.964-02:00Amor é ação em equipe. Sempre!<table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="float: right; margin-left: 1em; text-align: right;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="http://2.bp.blogspot.com/-E1ozo3UgKqg/VKxT9JQpapI/AAAAAAAAAyE/VYm_jXmXJ_k/s1600/versos_de_amor.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; margin-bottom: 1em; margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" src="http://2.bp.blogspot.com/-E1ozo3UgKqg/VKxT9JQpapI/AAAAAAAAAyE/VYm_jXmXJ_k/s1600/versos_de_amor.jpg" height="180" width="320" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Amor é saber esperar</td></tr>
</tbody></table>
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Hoje li um daqueles textos perturbadores, daqueles que nos fazem remexer na cadeira o dia todo, faz coçar a cabeça e ficar se perguntando por que eu não pensei nisso antes, meu Deus?!</span><br />
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span>
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">O problema todo é que eu pensei sim, e pensei muito. Acho que na verdade até demais da conta.</span><br />
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span>
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Sabe aquela história de que de tanto esperar amadurecer, apodreceu? Então...</span><br />
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">O texto era do blog <a href="http://www.casalsemvergonha.com.br/2013/11/28/por-que-nao-faz-sentido-se-acomodar-em-relacoes-meia-boca/">Casal Sem Vergonha</a> (mais um tapa na cara escrito por eles...) e falava sobre amor. Falava de como a gente insiste em complicar tudo, absolutamente tudo! </span><br />
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span>
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Me vi em cada linha. </span><span style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;">'Ai que saco, ai que raiva!', pensei. </span><br />
<span style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;"><br /></span>
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Por que a a gente insiste tanto?</span><br />
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span>
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">No meu caso insisto ainda porque acredito no amor. No amor de verdade, não naquilo que andam divulgando por aí como amor. Paixão nada tem a ver com isso. Acredito no companheirismo, na lealdade, no respeito, no carinho e na amizade. Sim, ainda acredito...</span><br />
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span>
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">E vou mais além: acho mesmo que é o construir juntos, o remar no mesmo compasso que moldam o amor, que o levam para águas calmas quando o mar está turbulento. Amor é ação em equipe. Sempre! Senão vira competição.</span><br />
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span>
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Eu mesma já competi numa relação. O outro queria ter sempre mais do que eu: um trabalho mais pesado, um chefe mais chato, os amigos mais legais, saber dirigir melhor, ser o ás da cozinha, ser o executivo fodão. E, paralelamente, eu fui me envolvendo nessa disputa até que (amém mil vezes) não deu mais certo porque eu joguei a toalha e ele desistiu de mim.</span><br />
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Amor é dois que se se desejam também. Sempre!</span><br />
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span>
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">E o desejo no amor passa da coisa da pele, do cheiro, do cio. É o desejo pelo intelectual, pelo espiritual, por tudo aquilo que lhe causa admiração. Sem admiração não há amor! Nunca! E a admiração é, também e às vezes, por um gesto: a forma como ele dobra a manga da camisa, ou como põe os cabelos para trás; ou o jeito como ela seguramente escolhe os caminhos no trânsito enquanto dirige.</span><br />
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span>
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Amor é segurança. Sempre (ou quase isso)! Como afinal, seguir em frente se há falhas na segurança? Imagina eu, virginiana, com Lua em Virgem e Ascendente em Libra, sem saber onde pisar? Socorro! Daí para descer ladeiras de caminhos errados é um passo! </span><br />
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span>
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Também é mais do que segurança emocional, afinal, amor é mão estendida. É a corrida de obstáculos sem fim do dia-a-dia, é o passar do bastão contínuo: hoje eu pago a luz e a internet, amanhã você paga as compras, hoje eu passeio os cães e rego as plantas enquanto você cozinha um macarrão, porque já são 22h e temos fome. Hoje eu te abraço lá na cama, e dormirmos assim, e não exijo que você tenha performances de astro pornô para me satisfazer porque sei que seu dia foi puxado, porque sua cabeça não desligou de algum problema. Enfim, se quiser, se bastar, um 'papai-e-mamãe' bem feito dá conta do recado. </span><br />
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span>
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Amor é planejamento. Sempre! Senão como seguir em frente sem incluir o outro no seu futuro? Aliás, se não houver espaço em suas projeções, esqueça! Isso não é amor. </span><br />
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Amor é silêncio, é perdão, é o saber pedir desculpas, é o saber calar e o sabe agir. </span><br />
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span>
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Amor é paciência: paciência para esperar o outro, seja ele andando num compasso menor do que o seu, seja ele ainda te procurando para andar contigo. </span><br />
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span>
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Eu hoje espero. E espero, do fundo do meu coração, que o amor me invada, me encontre e forme a melhor dupla de criação já vista.</span><br />
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span>
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">O amor, afinal, é equipe.</span><br />
<br />Andréahttp://www.blogger.com/profile/05715371111827219459noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8837527937612359515.post-10531528498853428662014-12-04T20:07:00.002-02:002014-12-05T16:45:40.476-02:00"Seria apenas mais uma história, se não tivesse tocado a alma"<table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="float: right; margin-left: 1em; text-align: right;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://lh3.googleusercontent.com/-l_2QbngRwTE/VIEGzqoT1tI/AAAAAAAAAxA/WuGDroZc3eA/s640/blogger-image-714058099.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; margin-bottom: 1em; margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="320" src="https://lh3.googleusercontent.com/-l_2QbngRwTE/VIEGzqoT1tI/AAAAAAAAAxA/WuGDroZc3eA/s320/blogger-image-714058099.jpg" width="213" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Eu floresci em você</td></tr>
</tbody></table>
<span style="background-color: white; color: #141823; font-family: Helvetica, Arial, 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif; font-size: 14px; line-height: 20px;">"Seria apenas mais uma história, se não tivesse tocado a alma..." </span><br />
<span style="background-color: white; color: #141823; font-family: Helvetica, Arial, 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif; font-size: 14px; line-height: 20px;">(Caio Fernando Abreu)</span><br />
<span style="background-color: white; color: #141823; font-family: Helvetica, Arial, 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif; font-size: 14px; line-height: 20px;"><br /></span>
<span style="background-color: white; color: #141823; font-family: Helvetica, Arial, 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif; font-size: 14px; line-height: 20px;">Há quase dois meses tive minha alma tocada.</span><br />
<span style="background-color: white; color: #141823; font-family: Helvetica, Arial, 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif; font-size: 14px; line-height: 20px;">Foi sem querer, foi sem pensar, foi brincando. Mas foi.</span><br />
<span style="color: #141823; font-family: Helvetica, Arial, lucida grande, tahoma, verdana, arial, sans-serif;"><span style="background-color: white; font-size: 14px; line-height: 20px;">Foi quando tudo indicava seguir pela ladeira escura que descem todas as histórias curtas, daí que veio do toque.</span></span><br />
<span style="color: #141823; font-family: Helvetica, Arial, lucida grande, tahoma, verdana, arial, sans-serif;"><span style="background-color: white; font-size: 14px; line-height: 20px;">Eu despertei ali e enxerguei um novo caminho de luz, e </span></span><span style="color: #141823; font-family: Helvetica, Arial, lucida grande, tahoma, verdana, arial, sans-serif;"><span style="background-color: white; font-size: 14px; line-height: 20px;">d</span></span><span style="background-color: white; color: #141823; font-family: Helvetica, Arial, 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif; font-size: 14px; line-height: 20px;">esde então venho flutuando em nuvens mas com os pés fincados no chão.</span><br />
<span style="background-color: white; color: #141823; font-family: Helvetica, Arial, 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif; font-size: 14px; line-height: 20px;">É paradoxal, eu sei, m</span><span style="background-color: white; color: #141823; font-family: Helvetica, Arial, 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif; font-size: 14px; line-height: 20px;">as é o que sinto agora.</span><br />
<span style="background-color: white; color: #141823; font-family: Helvetica, Arial, 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif; font-size: 14px; line-height: 20px;">Não há explicação que baste, não há teorias que definam.</span><br />
<span style="background-color: white; color: #141823; font-family: Helvetica, Arial, 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif; font-size: 14px; line-height: 20px;">Eu me deixei ser tocada e isso bastou para que minha alma florescesse (a </span><span style="background-color: white; color: #141823; font-family: Helvetica, Arial, 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif; font-size: 14px; line-height: 20px;">alma tocada tem a leveza de um dente de leão ao vento). </span><br />
<span style="background-color: white; color: #141823; font-family: Helvetica, Arial, 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif; font-size: 14px; line-height: 20px;">Houve um tempo, no passado recente, que soprei-me ao vento e desejei por terras férteis. Acabei pousando </span><span style="background-color: white; color: #141823; font-family: Helvetica, Arial, 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif; font-size: 14px; line-height: 20px;">num terreno rústico e puro.</span><br />
<span style="background-color: white; color: #141823; font-family: Helvetica, Arial, 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif; font-size: 14px; line-height: 20px;">Minha semente plantou-se na primavera, época correta de estar num solo preparado para me receber. Agora sim vou brotar. Agora sim o tempo está certo e nem a estiagem há de me impedir.</span><br />
<span style="background-color: white; color: #141823; font-family: Helvetica, Arial, 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif; font-size: 14px; line-height: 20px;">É um despertar, um aprender contínuo. Agora cresço em mim.</span><br />
<span style="background-color: white; color: #141823; font-family: Helvetica, Arial, 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif; font-size: 14px; line-height: 20px;">Sinto que minhas estações estão voltando ao seu curso normal e em breve o verão despontará em meu peito. Se bem que já ostento em meu sorriso a luz que fazes refletir em mim. Meu Sol tem nascido novamente no horizonte a cada despertar nosso.</span><br />
<span style="background-color: white; color: #141823; font-family: Helvetica, Arial, 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif; font-size: 14px; line-height: 20px;">Ser semente, ser flor, ser tocada e entender que mesmo com uma casca eu ainda tinha vida - vida contida, de certo, mas era vida. Eu já pulsava a sua espera sem saber nem onde e nem quando viria seu toque.</span><br />
<span style="color: #141823; font-family: Helvetica, Arial, lucida grande, tahoma, verdana, arial, sans-serif;"><span style="background-color: white; font-size: 14px; line-height: 20px;">Ser envolvida em solo fértil do seu peito e saber que há aditivo para que eu cresça dentro dele é o que faltava para eu crescer.</span></span><br />
<span style="color: #141823; font-family: Helvetica, Arial, lucida grande, tahoma, verdana, arial, sans-serif;"><span style="background-color: white; font-size: 14px; line-height: 20px;">Seria apenas mais uma história se não tivesse no tempo certo para entender e perceber essas sutilezas.</span></span><br />
<span style="color: #141823; font-family: Helvetica, Arial, lucida grande, tahoma, verdana, arial, sans-serif;"><span style="background-color: white; font-size: 14px; line-height: 20px;">Das lições diárias tiro forças para ir mais além. Das noites ao seu lado, também.</span></span><br />
<span style="background-color: white; color: #141823; font-family: Helvetica, Arial, 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif; font-size: 14px; line-height: 20px;">É mais do que o corpo pede, é mais do que o outro corpo lhe dá. Chega a ser comunhão.</span><br />
<span style="background-color: white; color: #141823; font-family: Helvetica, Arial, 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif; font-size: 14px; line-height: 20px;">Seria apenas mais uma história se não fossem seus olhos, se não fossem seus toques.</span><br />
<span style="background-color: white; color: #141823; font-family: Helvetica, Arial, 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif; font-size: 14px; line-height: 20px;">Tive minha alma fecundada, afinal, você também brotou em mim. </span><span style="background-color: white; color: #141823; font-family: Helvetica, Arial, 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif; font-size: 14px; line-height: 20px;">E eu floresci em você. </span><br />
<br />
<br />Andréahttp://www.blogger.com/profile/05715371111827219459noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8837527937612359515.post-19187939291666463622014-09-14T14:21:00.001-03:002014-09-14T14:23:47.742-03:00Não haverá amanhã se não houver perdão<div><a href="https://lh4.googleusercontent.com/-NDuuUSPzokE/VBXOiOyaqNI/AAAAAAAAAwk/6J1WXL7NyME/s640/blogger-image--414703096.jpg" imageanchor="1" style="font-family: 'Helvetica Neue Light', HelveticaNeue-Light, helvetica, arial, sans-serif; margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://lh4.googleusercontent.com/-NDuuUSPzokE/VBXOiOyaqNI/AAAAAAAAAwk/6J1WXL7NyME/s640/blogger-image--414703096.jpg"></a></div><span style="font-family: UICTFontTextStyleBody; -webkit-text-size-adjust: auto;"><div><span style="font-family: UICTFontTextStyleBody; -webkit-text-size-adjust: auto;"><br></span></div>Estou</span><span style="font-family: UICTFontTextStyleBody; -webkit-text-size-adjust: auto;"> a dois dias de completar 40 anos. Hoje é domingo, o dia está incrivelmente lindo e calorento, e o céu está azul. Estamos prestes a entrar na primavera e as árvores do bairro já anunciam a estação que mais amo. Hoje está tudo florido, inclusive minha alma. </span><br><div style="font-family: UICTFontTextStyleBody; -webkit-text-size-adjust: auto;">Há pouco fui tomada por um sentimento ímpar de gratidão. Andava com meus cães na pracinha aqui perto de casa e essa energia me invadiu. Quase não pude controlar a emoção - meus olhos marejarem e eu me senti como que abraçada e completamente envolvida por esse sentimento tão forte. Baixinho disse apenas o obrigada. </div><div style="font-family: UICTFontTextStyleBody; -webkit-text-size-adjust: auto;">Gratidão define, enfim, essa nova fase. </div><div style="font-family: UICTFontTextStyleBody; -webkit-text-size-adjust: auto;">Mas antes de ser grata eu precisei aprender a perdoar. </div><div style="font-family: UICTFontTextStyleBody; -webkit-text-size-adjust: auto;">"Não haverá amanhã se não houver perdão". A frase soprada em meus ouvidos na muitos meses foi a chave para eu abrir a porta da gratidão. </div><div style="font-family: UICTFontTextStyleBody; -webkit-text-size-adjust: auto;">O primeiro passo foi reconhecer meus erros e me perdoar. Sou humana, afinal. Olhei para trás e vi o meu caminho percorrido, enxerguei meus erros e fraquezas, e simplesmente me perdoei. Entreguei ali o meu mais sincero perdão. </div><div style="font-family: UICTFontTextStyleBody; -webkit-text-size-adjust: auto;">Na seqüência perdoei quem tinha me machucado. E antes que alguém imagine que saí por aí dizendo "Fulano, eu te perdôo", explico: curei em mim todas as feridas abertas. Algumas levaram anos para fechar, mas sararam. Restaram as cicatrizes que provam que venci o rancor e mágoa. </div><div style="font-family: UICTFontTextStyleBody; -webkit-text-size-adjust: auto;">Um por um foram recebendo a minha oração do perdão e meu desejo de luz e paz. Para alguns, em específico, escrevi sem a menor pretensão de esperar um retorno. </div><div style="font-family: UICTFontTextStyleBody; -webkit-text-size-adjust: auto;">Também pedi perdão e continuo pedindo diariamente para todos aqueles que magoei, sem esperar resposta, porque agora, nessa parte, trata da evolução do outro em me perdoar ou não. </div><div style="font-family: UICTFontTextStyleBody; -webkit-text-size-adjust: auto;">Eu estou subindo os degraus da evolução, um por um, porque quis evoluir. E para isso aceitei os dissabores da vida. E posso afirmar, sem modéstia, que foram inúmeros. Precisei morrer em mim mesma muitas vezes para renascer como sou agora. </div><div style="font-family: UICTFontTextStyleBody; -webkit-text-size-adjust: auto;">Hoje entendo que esses últimos anos foram de lições duras e que essa nova fase, que inauguro daqui a dois dias, será de praticar todos esses ensinamentos. </div><div style="font-family: UICTFontTextStyleBody; -webkit-text-size-adjust: auto;">Hoje também compreendo que a vida não me bateu, como afirmei em algumas ocasiões. Acontece que existem aprendizados que exigiram uma dedicação muito maior do que eu estava disposta a oferecer. Daí que a vida fez a coisa toda ir pelo caminho da dor. E posso dizer que doeu muito mesmo. </div><div style="font-family: UICTFontTextStyleBody; -webkit-text-size-adjust: auto;">Hoje sou grata. </div><div style="font-family: UICTFontTextStyleBody; -webkit-text-size-adjust: auto;">Hoje sinto uma vontade imensa de espalhar bondade e amor por aí. Hoje sou a primavera e sopro minhas sementes através da brisa que passa por mim, devolvendo à minha história o sorriso que nunca ninguém conseguiu me tirar. </div><div style="font-family: UICTFontTextStyleBody; -webkit-text-size-adjust: auto;">Blessed Be!</div><div><br></div><div style="font-family: UICTFontTextStyleBody; -webkit-text-size-adjust: auto;"><div></div></div><div class="separator" style="clear: both;"><br></div>Andréahttp://www.blogger.com/profile/05715371111827219459noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-8837527937612359515.post-86240787950259551302013-11-19T19:10:00.002-02:002013-11-19T19:10:49.040-02:00Sementinha<div>
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="http://1.bp.blogspot.com/-gKEfaNfhZ58/UovJWJVS7hI/AAAAAAAAAuA/2IGX3dN8Bgo/s1600/sementinha.png" imageanchor="1" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" src="http://1.bp.blogspot.com/-gKEfaNfhZ58/UovJWJVS7hI/AAAAAAAAAuA/2IGX3dN8Bgo/s1600/sementinha.png" height="238" width="320" /></a></div>
<div>
<div>
<br /></div>
<div>
<span style="background-color: white; color: #333333; font-family: 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif; font-size: 11px; line-height: 14px;">(...) “ – Transformar-se em árvore? Mas eu sou só uma sementinha, muito pequena. As árvores-mães têm de ser grandes... </span><br />
<span style="background-color: white; color: #333333; font-family: 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif; font-size: 11px; line-height: 14px;">– Se você partir com o vento e tiver coragem para dizer adeus, um dia você será uma árvore. Dentro de cada sementinha está uma árvore adormecida. Da mesma forma como dentro de cada menininha está uma mãe.”</span><br />
<span style="background-color: white; color: #333333; font-family: 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif; font-size: 11px; line-height: 14px;"><br /></span><span style="background-color: white; color: #333333; font-family: 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif; font-size: 11px; line-height: 14px;">Rubem Al</span><span style="background-color: white; color: #333333; font-family: 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif; font-size: 11px; line-height: 14px;">ves in O medo da sementinha</span></div>
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif; font-size: x-small;"><br /></span><br />
<div style="text-align: center;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif; font-size: x-small;">...............................................</span></div>
<br />
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif; font-size: x-small;"><br /></span>
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">Li esse trecho ainda há pouco no <a href="https://www.facebook.com/photo.php?fbid=413963715400397&set=a.187139434749494.42478.187120831418021&type=1&theater">facebook</a> e me deu uma vontade imensa de escrever aqui. Ultimamente tenho me dedicado ao projeto do <a href="http://agoravaiamudanca.blogspot.com.br/">Agora Vai</a> e deixei as emoções guardadinhas em meu peito. E como todos sabem se não escrevo, implodo.<br /><br />Depois de toda essa metamorfose que me propus percebo que já é chegada a hora de abrir os portões que guardam meus mais belos jardins. Não que estivessem escondidos: apenas criei uma distância segura para que outros não pisassem naquilo que construí com tanto cuidado. Ali dentro estão guardadas sementes de flores, de frutas, de plantas, mas que ainda são só sementes. E eu percebi que anda fazendo falta ter algumas raízes nascidas em meu coração.<br /><br />Porque, tal qual aquele trecho do Quintana, que diz que é para cuidar do jardim, eu cuidei e eu virei a borboleta de minhas próprias flores. Mas ainda falta-me algo.<br /><br />Se sobram sementes, faltam as árvores.<br /><br />Se os passarinhos já cantam por perto, falta agora ter o ninho.<br /><br />Falta, não! Sobra!<br /><br />Sobra espaço para o aconchego do ninho, do calor de ideias e ideais compartilhados. Sobra vontade de aprender a voar e voltar. E ter lá, sempre meu, o ninho construído aos poucos, feito de gentilezas e respeito, de poesia e realidade e da sempre urgente vontade de voltar.<br /><br />Sobra também experiência do ninho anterior, apoiado em frágeis galhos e que uma tempestade sombria levou. Sobra a lembrança do vazio, mas com ela a certeza de ter aprendido a lição de recomeçar a cada estação. Eu transmutei a dor do vazio e fiz de mim a mais exclusiva estufa. Existem aqui dentro, agora, toda a sorte de cores e sensações e vontades e alegrias - minhas sementes de vida.<br /><br />Pra quem já quis ser ipê, agora proclamo-me um singelo dente de leão que dança ao vento.<br /><br />Criei coragem, soprei-me e fui.<br /><br />Que minhas sementes caiam em terras férteis e acolhedoras, e que sejam cuidadas para florescerem sempre a cada primavera.</span></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
Andréahttp://www.blogger.com/profile/05715371111827219459noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-8837527937612359515.post-11106610940040340532013-08-28T18:05:00.000-03:002013-08-28T18:05:04.447-03:00Mas vou. Por que não?<a href="http://www.gabrielspaniol.com.br/blog/wp-content/uploads/2012/01/Universo-Maria-Janela-Flores-de-Suely-Ruiz.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em; text-align: center;"><img border="0" src="http://www.gabrielspaniol.com.br/blog/wp-content/uploads/2012/01/Universo-Maria-Janela-Flores-de-Suely-Ruiz.jpg" height="210" width="320" /></a><span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">Muitos meses depois de passar aqui pela última vez hoje eu senti aquela sensação boa de inspiração a me cutucar por dentro. Aliás, e pra ser sincera, há um tempo esse comichão vem me inquietando o coração. Mas a rotina engole a gente e quando vejo aquele "click" foi embora. </span><br />
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">Tanta coisa aconteceu nesses últimos tempos... Tantos foram os desfechos e recomeços - desencontrados sempre - que me colocaram num caminho que jamais imaginei seguir e agora me vejo sozinha comigo mesma fazendo valer cada minuto do meu seguir em frente.</span><br />
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">Não adianta: por mais que tentemos forçar passagens ou abrir caminhos que não são nossos, mais distantes ficamos dos nossos sonhos. E é justamente aí que a vida se encarrega de mostrar seus caprichos. É uma porta que se fecha (ou que sequer esteva aberta), é um ente querido que se vai, um amigo que mostra sua face oculta, é um amor que morre... Sei que fui acumulando pequenas tristezas ao longo do meu recente caminho, como também sei que tudo isso tem um peso físico e emocional que fizeram com que minha saúde ficasse um pouco fragilizada. </span><br />
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">Coisas simples como ler ou escrever tinham ficado num universo tão distante que às vezes, agora, pareço uma principiante diante de páginas novinhas que eu jamais li ou mesmo com a velha dupla caderno-caneta. Meus artesanatos também estava esquecidos, empoeirados, a casa ficou vazia de amigos, e o forno e o fogão deixaram de assar bolos, tortas, carnes como quando eu fazia para receber quem eu amava.</span><br />
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">Acontece que o despertar se dá sem querer. Pode ser num dia de sol que amanhece na minha janela do quarto ou durante um por do sol na minha varanda - tanto faz. E eu finalmente despertei. Tal qual alguém que ficou muito tempo em sono profundo vou cambaleando, ainda, em busca do meu sol.</span><br />
<span style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;">Mas vou. Por que não?</span><br />
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">Tenho feito sessões diárias de faxina mental a fim de jogar fora o que já não serve mais, bem como os velhos padrões cíclicos e autodestrutivos (que todos nós temos). Essa semana, em especial, resolvi guardar certas memórias na pasta de arquivo morto e, assim, enterrar de vez meus mortos - sejam eles vivos ou não. Tenho tirado coisas de armários para doar o que está bom e jogar no lixo aquilo que não vale mais. Tenho deixado as janelas abertas, tenho cozinhado com mais afeto para meu filho e tenho amado, mais do que nunca, meus bichos, minhas plantas e meus amigos.</span><br />
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">O fato é que aos poucos vou me sentindo mais leve e me reconectando com a minha essência. A ideia não é voltar a ser o que eu era mas, sim, descobrir aquilo que eu ainda posso ser. E eu vou! Por que não?</span>Andréahttp://www.blogger.com/profile/05715371111827219459noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-8837527937612359515.post-66243733363086299352011-10-21T18:08:00.001-02:002011-11-15T16:22:20.703-02:00Flores e sementesJá faz nove meses desde o último post aqui - praticamente uma gestação completa. Talvez seja a que eu não tive, já que o Lucca nasceu antes do tempo.<br />
Ah! O tempo... Tenho brigado com esse senhor implacável desde sempre, mas só há pouco percebi que o que vivo tentando buscar num tempo passado voltará num tempo futuro. Com outra cara, eu sei, mas voltará. Como a primavera, que todo ano floresce, com suas flores de sementes diferentes. <br />
Depois de esquecer meus fantasmas junto com a poeira debaixo do tapete decidi encará-los. Ando lutando com meus fantasmas. Ando buscando minha identidade. Ando procurando meu espaço.<br />
Uns dias tenho arranhões, em outros crio cicatrizes.<br />
<a href="http://4.bp.blogspot.com/-lhAf-IZOwuU/TqHRH3XJt0I/AAAAAAAAAoM/rIYVSPpri5Y/s1600/flor.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" height="320" src="http://4.bp.blogspot.com/-lhAf-IZOwuU/TqHRH3XJt0I/AAAAAAAAAoM/rIYVSPpri5Y/s320/flor.jpg" width="239" /></a>Sigo meus dias em passos pequenos, como se minhas pernas não pudessem chegar ao outro lado da sala. Olho por sobre a mureta da varanda para ter a certeza de que há, sim, vida lá fora. Vejo as árvores tão grandes que ainda me sinto semente.<br />
Vou brotar, embora ainda me falte algumas primaveras.<br />
Mas a certeza do crescimento habita em mim, assim como as flores que carrego em meu peito, tal qual um Ipê, que fica desprovido de folhas para dar lugar às flores. <br />
Hoje estou desprovida de tudo o que carregava na última estação. Uma tempestade levou tudo o que eu jugava saber equilibrar. Sobraram galhos secos. Um dia, das pontas, ainda vão brotar flores (eu sei).<br />
Além disso, minha madeira é de lei, e suporto muito mais do que minha frágil aparência possa parecer.<br />
Ainda sou semente, mas sei que vou atingir altura suficiente para ver as coisas por outro ângulo<br />
Nesses últimos nove meses puder morrer e nascer de novo - como num ciclo de estações. E estou vendo e aprendendo tudo de novo. Para que os dias sejam mais floridos, e o espaço seja, definitivamente, meu.Andréahttp://www.blogger.com/profile/05715371111827219459noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8837527937612359515.post-54338103724970382132011-01-20T16:56:00.001-02:002011-01-26T10:50:25.076-02:00Como os nossos pais.<div style="clear: left; cssfloat: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="200" s5="true" src="http://3.bp.blogspot.com/_rFMVrcDtqHM/TTiEwRtllBI/AAAAAAAAAnM/atLMDh0UCEY/s200/como+nossos+pais.jpg" width="198" /></div><br />
Dei um tempo de quase um ano aqui. Foram oito meses de "reclusão" voluntária para por a minha vida em ordem, a minha carreira nos eixos, e para encontrar um caminho que fosse.<br />
Bem, a carreira deslanchou, tanto é que, quando havia inspiração, o tempo era escasso. Tinha ideia de um ou dois textos, mas não conseguia contretiza-los.<br />
Pensei em desistir daqui. <br />
Acontece que uns quize dias atrás, indo a trabalho para Belo Horizonte, e com um livro de Clarice Lispector nas mãos, olhei as nuvens (já que estava sobre elas) e algo soprou em meus ouvidos dizendo que era preciso continuar. Afinal, não posso guardar o que tenho de tão forte dentro mim só pra mim. <br />
No retorno, ainda no mesmo dia, não pudemos decolar porque Congonhas estava fechado por causa das chuvas em São Paulo. Esperamos por 45 minutos e daí saquei meu caderno e escrevi dois textos. Foi como um parto prematuro (de oito meses, no caso) em que tudo é inesperado.<br />
Tive a certeza de que não adiantava nada lutar contra algo que é intrínseco, que faz parte da minha essência: as minhas histórias, de certa forma, se repetiram ao longo dos anos e eu perpetuei atitudes idênticas e não cheguei a lugar nenhum. Sofri até resolver seguir o curso natural das coisas.<br />
Enfim...<br />
Dias depois, indo à escola do Lucca para fazer sua matrícula, e debaixo de uma chuva absurda, tocou no rádio a música "Como nossos pais", de Elis Regina.<br />
Petrifiquei - a primeira vez que ouvi cada verso dessa música foi no dia em que descobri que estava grávida. Meu mundo desabara naquele instante e eu precisei escolher um caminho, uma direção, quase que imediatamente. <br />
Enquanto dirigia ouvindo a música conclusão que o caminho que venho percorrendo é igual aos dos "nossos pais". <br />
E tudo o que eu pensei em fazer diferente dos meus pais, venho repetindo de forma sistemática nos últimos anos. Talvez seja um ciclo, talvez seja até normal isso tudo, talvez seja necessário para que eu trilhe a estrada que esolhi com segurança. Talvez...<br />
Hoje tenho 36 anos, meu filho vai fazer 11 mês que vem, sou assessora de imprensa de uma das maiores companhias aéreas do País e tenho ao meu lado o homem que amo. <br />
Hoje olho com carinho e respeito tudo o que passei porque, afinal, consegui superar todos os obstáculos.<br />
Estou bem e sou feliz assim, e sigo vivendo. Embora consiga perceber que apesar de ter feito tudo o que fiz, ainda sou a mesma e vivo como os meus pais...<br />
<br />
<div style="text-align: center;">********************************************************************</div><div style="text-align: center;"><u><strong><span style="color: #990000;">Como Nossos Pais</span></strong></u></div><div style="text-align: center;"><em><span style="color: #990000;">(Elis Regina)</span></em></div><div style="text-align: center;"><br />
</div><div style="text-align: center;"></div><div style="text-align: center;">Não quero lhe falar,</div><div style="text-align: center;">Meu grande amor,</div><div style="text-align: center;">Das coisas que aprendi</div><div style="text-align: center;">Nos discos...</div><div style="text-align: center;"><br />
</div><div style="text-align: center;">Quero lhe contar como eu vivi</div><div style="text-align: center;">E tudo o que aconteceu comigo</div><div style="text-align: center;">Viver é melhor que sonhar</div><div style="text-align: center;">Eu sei que o amor</div><div style="text-align: center;">É uma coisa boa</div><div style="text-align: center;">Mas também sei</div><div style="text-align: center;">Que qualquer canto</div><div style="text-align: center;">É menor do que a vida</div><div style="text-align: center;">De qualquer pessoa...</div><div style="text-align: center;"><br />
</div><div style="text-align: center;">Por isso cuidado meu bem</div><div style="text-align: center;">Há perigo na esquina</div><div style="text-align: center;">Eles venceram e o sinal</div><div style="text-align: center;">Está fechado prá nós</div><div style="text-align: center;">Que somos jovens...</div><div style="text-align: center;"><br />
</div><div style="text-align: center;">Para abraçar seu irmão</div><div style="text-align: center;">E beijar sua menina na rua</div><div style="text-align: center;">É que se fez o seu braço,</div><div style="text-align: center;">O seu lábio e a sua voz...</div><div style="text-align: center;"><br />
</div><div style="text-align: center;">Você me pergunta</div><div style="text-align: center;">Pela minha paixão</div><div style="text-align: center;">Digo que estou encantada</div><div style="text-align: center;">Como uma nova invenção</div><div style="text-align: center;">Eu vou ficar nesta cidade</div><div style="text-align: center;">Não vou voltar pro sertão</div><div style="text-align: center;">Pois vejo vir vindo no vento</div><div style="text-align: center;">Cheiro de nova estação</div><div style="text-align: center;">Eu sei de tudo na ferida viva</div><div style="text-align: center;">Do meu coração...</div><div style="text-align: center;"><br />
</div><div style="text-align: center;">Já faz tempo</div><div style="text-align: center;">Eu vi você na rua</div><div style="text-align: center;">Cabelo ao vento</div><div style="text-align: center;">Gente jovem reunida</div><div style="text-align: center;">Na parede da memória</div><div style="text-align: center;">Essa lembrança</div><div style="text-align: center;">É o quadro que dói mais...</div><div style="text-align: center;"><br />
</div><div style="text-align: center;">Minha dor é perceber</div><div style="text-align: center;">Que apesar de termos</div><div style="text-align: center;">Feito tudo o que fizemos</div><div style="text-align: center;">Ainda somos os mesmos</div><div style="text-align: center;">E vivemos</div><div style="text-align: center;">Ainda somos os mesmos</div><div style="text-align: center;">E vivemos</div><div style="text-align: center;">Como os nossos pais...</div><div style="text-align: center;">Nossos ídolos</div><div style="text-align: center;">Ainda são os mesmos</div><div style="text-align: center;">E as aparências</div><div style="text-align: center;">Não enganam não</div><div style="text-align: center;">Você diz que depois deles</div><div style="text-align: center;">Não apareceu mais ninguém</div><div style="text-align: center;">Você pode até dizer</div><div style="text-align: center;">Que eu tô por fora</div><div style="text-align: center;">Ou então</div><div style="text-align: center;">Que eu tô inventando...</div><div style="text-align: center;"><br />
</div><div style="text-align: center;">Mas é você</div><div style="text-align: center;">Que ama o passado</div><div style="text-align: center;">E que não vê</div><div style="text-align: center;"><br />
</div><div style="text-align: center;">É você</div><div style="text-align: center;">Que ama o passado</div><div style="text-align: center;">E que não vê</div><div style="text-align: center;">Que o novo sempre vem...</div><div style="text-align: center;"><br />
</div><div style="text-align: center;">Hoje eu sei</div><div style="text-align: center;">Que quem me deu a idéia</div><div style="text-align: center;">De uma nova consciência</div><div style="text-align: center;">E juventude</div><div style="text-align: center;">Tá em casa</div><div style="text-align: center;">Guardado por Deus</div><div style="text-align: center;">Contando vil metal...</div><div style="text-align: center;"><br />
Minha dor é perceber</div><div style="text-align: center;">Que apesar de termos</div><div style="text-align: center;">Feito tudo, tudo,</div><div style="text-align: center;">Tudo o que fizemos</div><div style="text-align: center;">Nós ainda somos</div><div style="text-align: center;">Os mesmos e vivemos</div><div style="text-align: center;">Ainda somos</div><div style="text-align: center;">Os mesmos e vivemos</div><div style="text-align: center;">Ainda somos</div><div style="text-align: center;">Os mesmos e vivemos</div><div style="text-align: center;">Como os nossos pais...</div><br />
<br />
<br />
<br />
<br />
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="http://3.bp.blogspot.com/_rFMVrcDtqHM/TTiEwRtllBI/AAAAAAAAAnM/atLMDh0UCEY/s1600/como+nossos+pais.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; cssfloat: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"></a></div>Andréahttp://www.blogger.com/profile/05715371111827219459noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-8837527937612359515.post-73670651357296329362010-05-17T18:24:00.004-03:002010-05-17T18:27:23.488-03:00Do tempo. Ou, sobre o envelhecer.<a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="http://3.bp.blogspot.com/_rFMVrcDtqHM/S_G0FdxKdrI/AAAAAAAAAmc/OUluZkxzM1w/s1600/idosa+no-espelho.jpg"><img style="float: right; margin: 0pt 0pt 10px 10px; cursor: pointer; width: 200px; height: 180px;" src="http://3.bp.blogspot.com/_rFMVrcDtqHM/S_G0FdxKdrI/AAAAAAAAAmc/OUluZkxzM1w/s200/idosa+no-espelho.jpg" alt="" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5472353028215043762" border="0" /></a><br /><p style="font-family: georgia;" face="courier new" class="MsoNormal"><o:p>Há </o:p>um mês tive que dar boas-vindas aos primeiros fios de cabelos brancos. Nunca havia me preocupado com isso antes, até porque, durante um bom tempo, coloria meus cabelos. Daí que quando resolvi deixar as madeixas da cor natural, me deparo com a surpresa.<o:p></o:p></p> <p style="font-family: georgia;" class="MsoNormal">Ok, concordo que cabelos brancos não são sinal de velhice. Meu irmão tem cabelos brancos desde os vinte e poucos anos – herança genética do meu avô, um senhor de 89 anos completamente grisalho desde a tenra idade também. Porém, como eu disse antes, me deparei com essa surpresa “desagradável” numa fase em que já vinha mastigando a idéia do envelhecer.<o:p></o:p></p> <p style="font-family: georgia;" class="MsoNormal">Envelhecer não é opção: é condição de vida. Ou você aceita e vai se adequando e aproveitando o que a maturidade lhe traz, ou vai viver como uma Susana Vieira, que jura por Deus que ainda tem 29 anos. Aliás, aceitar o RG é necessário para conseguir entender as mensagens contidas nas rugas.<o:p></o:p></p> <p style="font-family: georgia;" class="MsoNormal">Eu, por exemplo, não tive a tal crise dos 30 porque não me sentia com 30. Sempre tive um espírito muito jovem, tanto que certa vez um ex-chefe até me classificou como Peter Pan, o garoto que não queria crescer. <o:p></o:p></p> <p style="font-family: georgia;" class="MsoNormal">A crise só bateu quando percebi que meu filho estava com 10 anos.<o:p></o:p></p> <p style="font-family: georgia;" class="MsoNormal">Olhei pra trás e vi que uma década havia escorrido entre meus dedos.<o:p></o:p></p> <p style="font-family: georgia;" class="MsoNormal">Meu Deus! É muito tempo!, pensei.<o:p></o:p></p> <p style="font-family: georgia;" class="MsoNormal">Talvez porque tudo tenha acontecido de uma forma tão amedrontadoramente rápida eu não tenha sentido o tempo passar: a gravidez, a interrupção da adolescência tardia, o ganho da imensa responsabilidade de ser mãe solteira, a questão financeira, a questão emocional... Não tive tempo de ter crises...<o:p></o:p></p> <p style="font-family: georgia;" class="MsoNormal">No dia que percebi meus cabelos brancos também notei as linhas de expressão no meu rosto, as olheiras. Envelheci mesmo. E envelheci muito mais no último ano do que durante toda a última década.<o:p></o:p></p> <p style="font-family: georgia;" class="MsoNormal">A minha imagem no espelho é hoje o reflexo das minhas escolhas. Não sou mais menina. Aos quase 36 anos sou mulher.<o:p></o:p></p> <p style="font-family: georgia;" class="MsoNormal">Guardei para mim esse segredo, certa de que poucos iriam notar as sutis diferenças. Mas eis que o Zé me surpreende e confessa, como num sussurro, que também envelheceu. Olhei para seu rosto e de imediato não consegui ver nada de diferente, afinal, para mim ele ainda é um molecão!<o:p></o:p></p> <p style="font-family: georgia;" class="MsoNormal">Daí que diante da minha negativa, ele quis me provar mostrando fotos nossas tiradas ao longo de quase seis anos de convivência. E qual não foi a surpresa ao nos depararmos com tantas mudanças!<o:p></o:p></p> <p style="font-family: georgia;" class="MsoNormal">O tempo passou para os dois e deixou marcas. Talvez se a vida não tivesse judiado tanto dele, e não tivesse inventado tantos obstáculos para mim, talvez tivéssemos ainda o vigor dos vinte e poucos anos.<o:p></o:p></p> <p style="font-family: georgia;" class="MsoNormal">Talvez...<o:p></o:p></p> <p style="font-family: georgia;" class="MsoNormal">Mas se talvez o tempo não tivesse passado, jamais teríamos a oportunidade de amadurecer, nem de admirar a atual beleza de nosso olhar, que carrega tantas histórias pra contar.<o:p></o:p></p> <p style="font-family: georgia;" class="MsoNormal">Bem, pelo menos estamos no caminho de realizar uma vontade em comum: ficarmos velhinhos, sentados lá na varanda e mãos dadas. Pra sempre!</p><p style="font-family: georgia;" class="MsoNormal"><br /><o:p></o:p></p> <p style="font-family: georgia;" class="MsoNormal"><o:p> </o:p></p> <span style=";font-family:georgia;font-size:85%;" ><span style="font-weight: bold; font-style: italic;">PS: tenho mesmo muita história para contar, porém, eu ainda não aceitei totalmente a idéia de estar já na meia-idade...</span></span>Andréahttp://www.blogger.com/profile/05715371111827219459noreply@blogger.com6tag:blogger.com,1999:blog-8837527937612359515.post-19070209756493051872010-05-07T15:56:00.003-03:002010-05-07T17:14:48.457-03:00E a adolescência, enfim, chegou.<div style="text-align: center;"><iframe allowfullscreen='allowfullscreen' webkitallowfullscreen='webkitallowfullscreen' mozallowfullscreen='mozallowfullscreen' width='320' height='266' src='https://www.blogger.com/video.g?token=AD6v5dy0YBGxGYJtkhGoaGAll0ddIRrydizKBLZqALvD5we398bCvkv43gWB9uhn5Slef0vWDLVSnIv-96BNFI8T' class='b-hbp-video b-uploaded' frameborder='0'></iframe><br /></div><br /><br />Como o próximo domingo é Dia das Mães, resolvi tocar no assunto porque, na verdade, meu texto vai para o caminho do desabafo.<br /><br />Todo mundo sabe que eu sou mãe-solteira do Lucca, que hoje está com 10 anos. Assim como todo mundo sabe da ausência velada de seu pai, que nunca nos ajudou, e só aparecia em datas cívicas e comemorativas, para ostentar o filho limpinho, educadinho e bonitinho.<br /><br />Anos se passaram e eu fui vencendo os milhares de desafios que vida foi impondo e, do meu jeito, fui fazendo do Lucca um cara legal.<br /><br />Acontece que um "mal necessário" anda rondando a minha casa: a adolescência. Pode parecer muito cedo para isso, mas afirmo que não é. Hoje em dias as fases são antecipadas e quando menos esperamos a coisa aparece.<br /><br />Só que eu não estou conseguindo lidar direito com isso porque descobri em meu filho uma força interior que há muitos anos não via. Ele tem características minhas tão fortes, tão marcantes que eu realmente não sei o que fazer. Me vejo em muitas de suas respostas ou de suas indagações.<br /><br />Não, ele não é um monstrinho. Mas se torna um alien quando eu não reconheço mais o meu "filhinho" em nada, e as atitudes que eram tão previsíveis, tornam-se uma supresa atrás da outra.<br /><br />E os sinais são clássicos: interesse pelas meninas, alguma rebeldia, vontade de ficar sozinho o tempo todo, dizer que ninguém o entende, não suportar ser beijado ou abraçado em público por mim ou pelos meus pais, e dentro de casa ainda agir como uma criança.<br /><br />Concordo que essa fase é um verdadeiro limbo: não são nem crianças, nem adolescentes de fato. Nem eles mesmos se entendem, se reconhecem.<br /><br />Semana retrasada ele foi numa balada, a primeira em sua vida. A festa começava às 19h30 e terminava as 23h30. Só consegui sair de lá (depois de quase meia hora esperando uma vaga para estacionar e ligando insistentemente para meu filho, que não atendia) quando já passava da meia noite, e as meninas dizendo a todo o momento que o Lucca era "muito fofo". No dia seguinte ele dormiu até às 11h, e quando acordou disse que não era para eu fazer muito barulho porque ele estava de ressaca. Ressaca de suco de uva e guaraná!! A noite ele foi dormir na casa de um amigo, e ficou mais dois dias curtindo a vida a doidado.<br /><br />A semana passou e ele deu as suas primeiras pisadas na bola, típicas de adolescentes também: simplesmente esqueceu de uma prova de recuperação de história e teve que fazer na última hora, perdendo o horário da natação inclusive, e depois a prova substitutiva de gramática, que ele jurava não saber o conteúdo porque a professora não havia passado.<br /><br />Daí que eu descobri que ele mesmo havia escrito em sua agenda todo o conteúdo para todas as provas. E ele insistindo em não saber, ou não me falar a verdade.<br /><br />Juro que perdi a paciência naquele momento. Falei um monte de coisas, dei bronca, e cheguei até bater nele com a agenda. Conclusão: ele está de castigo até o dia 10/5 sem computador, TV a cabo, video games ou qualquer outro tipo de game, DVD´s, e caso as notas venham abaixo de 7,5, o álbum de figurinhas da copa será confiscado até o fim do campeonato.<br /><br />Ou seja, tive que tomar medidas extremas para que os limites sejam esclarecidos, e ele perceba que por mais que esteja crescendo, ainda é uma criança. mas confesso que fui dormir me sentindo péssima, culpada por não poder estar mais perto dele, por não acompanhar as lições, por não ser mais presente em sua vida.<br /><br />Neste sábado, o amigo que ele passou o outro fim de semana fez aniversário, e diante da vontade do garoto, os pais (que são amigos muitos queridos), promoveram uma baladinha em casa. A festa começou cedo e terminou tarde, acreditem.<br /><br />Juro que me assustei diante da postura do Lucca na festa: ele já não era mais aquela criancinha que a todo instante corria para mim. Era alguém com personalidade própria, vontades próprias, atitudes próprias. Pra falar a verdade, acabei dando risanda diante de seus jeitos e trejeitos com as meninas, a forma com que jogava o cabelo pro lado e falava com uma entonação mais grossa. Viemos embora com ele trocando telefones com as novas amigas e prometendo ligar...<br /><br />E como ontem eu continuava firme no meu propósito do castigo, ele veio conversar comigo. Admitiu a pisada na bola, pediu desculpas e aceitou que a punição fosse mantida. No fim chorou e me abraçou, dizendo que me ama muito e, finalmente, se abriu dizendo que a vida dele não estava muito fácil porque em menos de um ano tinham acontecido muitas mudanças e muitas perdas, afinal, pessoas que ele ama foram embora.<br /><br />Nessa hora caiu a minha ficha: ele perdeu algumas de suas referências com a mudança dos maus pais, do meu irmão, a morte da Leda e da Vó Nora, além da condição financeira que está aquém daquela que tínhamos. A maturidade e a adolescência chegaram de vez em seu caminho. ambas empurradas.<br /><br />Depois de ouví-lo, o abracei bem forte, beijei sua testa e assumi que sou completamente doida por ele.<br /><br />Talvez por já ter passado por tudo isso eu acredite que estou no caminho certo. Porque, afinal, ser mãe é andar tateando no escuro num enorme salão de baile.Andréahttp://www.blogger.com/profile/05715371111827219459noreply@blogger.com4tag:blogger.com,1999:blog-8837527937612359515.post-12395904588474151552010-04-14T16:34:00.003-03:002010-04-14T18:23:07.578-03:00Histórias para contar.<a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="http://4.bp.blogspot.com/_rFMVrcDtqHM/S8YyLfEmueI/AAAAAAAAAl4/3uojcS_8W_U/s1600/writing.png"><img style="float: right; margin: 0pt 0pt 10px 10px; cursor: pointer; width: 200px; height: 153px;" src="http://4.bp.blogspot.com/_rFMVrcDtqHM/S8YyLfEmueI/AAAAAAAAAl4/3uojcS_8W_U/s200/writing.png" alt="" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5460106771134069218" border="0" /></a><br />Tenho muitas histórias para contar.<br />Aliás, acho que todo mundo tem. Ou, pelo menos, deveria ter. A nossa própria vida é uma história, com todos os desdobramentos imprevisíveis que uma boa história precisa ter.<br />Tem gente que vive em crônicas, tem gente que vive numa saga interminável, tem gente que vive poesia. Tem gente que vive, por incrível que pareça, em hai-kai.<br />Acho que sou crônica o tempo todo: cada dia uma, com uma tema diferente, um olhar específico para cada assunto.<br />Talvez seja por conta da minha profissão. Tem até uma brincadeira que diz que assessor de imprensa conhece um oceano de coisas, com a profundidade de um dedo. Já fui assessora de Danoninho, de defensivo agrícola, de chocolates, biscoitos, sucos, sobremesas, moda, médicos, laboratório farmacêutico, educação e mais um monte de outras coisas. E para escrever e divulgar tudo isso, precisei ler, pesquisar.<br />Além disso, tem um traço da minha personalidade que me faz ter atenção em tudo isso e, assim, ligar um assunto com outro é apenas questão de memória<br />Nessa minha profissão, exercida desde 1996, coleciono muitos micos - uns deprimentes, outros hilários, como a vez em que a marca de sobremesa láctea cremosa (melhor não dizer a marca aqui...) que eu atendia resolveu fazer uma ação para combater um produto lançado pelo concorrente. A brilhante idéia era apenas misturar o doce no sabor chocolate com leite e levar ao microondas (para ter um chocolate quente super-cremoso), e o meu trabalho consistia em oferecer a novidade aos jornalistas, dando de brinde uma caneca.<br />Até aí, OK.<br />No meio da entrega dos brindes recebo a notícia de que a caneca não podia ser levada ao microondas, e que também não comportava todo o conteúdo do preparo.<br />Conclusão: tive que ligar para todos os jornalistas da minha lista e avisar que a caneca era só um "mimo" (ou seria um mico??).<br />Tem também a história do médico cirurgião vascular que realizava cirurgias de aumento peniano, e eu tinha que divulgar a proeza do doutor, é claro. Duro mesmo (com o perdão do trocadilho infame) era a risadinha abafada e tensa dos jornalistas do outro lado da linha. Graças a Deus não consegui emplacar nada...<br />Tem também a comédia da vida privada. Algo bem particular, meu.<br />Costumo rir das minhas trapalhadas (como o dia em que bati a cabeça no suporte do microondas ao tentar salvar um copo que "pulou" do escorredor de louças. Ganhei um galo na testa e o copo espatifou no chão).<br />Costumo dizer "bom dia, Dia" todas as vezes que vejo o sol nascendo, mesmo achando isso brega. Também costumo olhar fotos para reviver as histórias. Tem algumas que ainda estão tão vivas na minha memória que cheiros e sensações parecem estar impregnados no papel.<br />Tenho muita história pra contar.<br />Já vivi muita coisa e sei que ainda vou viver muito mais.<br />Tenho muita história pra contar porque meus dias não são vazios. Aliás, minha vida é repleta de acontecimentos enriquecedores - bons e ruins. Tenho fases que viram histórias. Assim como histórias, que ficaram presas em tempos que não voltam mais.<br />Estou chegando aos 36 anos, tenho um filho de 10 anos e lá se vão quase 14 de profissão. Ainda sou solteira. Ainda sonho em ter um companheiro. Ainda penso em ter uma família maior.<br />Também penso em ter minha lojinha de artesanatos, ou minha floricultura, ou uma loja de paisagismo. Ainda penso em ir embora de São Paulo, morar perto de uma praia, ter uma vida mais tranquila.<br />Conto todos os dias a história dos meus sonhos, dos meus planos, porque dessa forma me mantenho viva.<br />E assim vou contando pra mim mesma a história da minha vida. Porém, há alguns dias venho escutando algo que já não satifaz mais. Talvez porque já está na hora de começar outro capítulo. Afinal, a mocinha anda precisando de um final feliz.Andréahttp://www.blogger.com/profile/05715371111827219459noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-8837527937612359515.post-36445376298194428062010-03-29T14:48:00.010-03:002010-03-29T15:02:55.013-03:00Programa de mulherzinha (pra depois do susto).<a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="http://4.bp.blogspot.com/_rFMVrcDtqHM/S7Dq3HWND_I/AAAAAAAAAlw/VIZKKP5-qbM/s1600/spa.jpg"><img style="float: right; margin: 0pt 0pt 10px 10px; cursor: pointer; width: 200px; height: 175px;" src="http://4.bp.blogspot.com/_rFMVrcDtqHM/S7Dq3HWND_I/AAAAAAAAAlw/VIZKKP5-qbM/s200/spa.jpg" alt="" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5454117381331554290" border="0" /></a><br />Há uns dias tive um grande susto com relação a minha saúde. Graças a Deus não foi nada grave, porém, só o sobressalto de ficar dois dias num hospital, sem que algum médico conseguisse chegar a um diagnóstico decente, foi realmente aterrador.<br /><br />No dia 12 de março, em plena sexta-feira, comecei a ter uma dor de cabeça que não passava com nenhum dos remédios que estou acostumada a tomar. No sábado acordei sem dor, porém, bem indisposta. Pra ajudar a empregada deu o cano e eu tive que "abraçar" a causa e partir pra faxina geral. No domingo acordei péssima, pesada, com uma dor de cabeça insuportável. Tive dois princípios de desmaio e quando percebi que não tinha forças nem pra escovar os dentes, fiquei quietinha, deitada na minha cama. Só que o mal estar não passou e daí apelei pra minha mãe. Fomos ao hospital e daí vocês imaginam como é atendimento de emergência em pleno domingo...<br />A médica neurologista, em menos de dez minutos de consulta virou-se para minha mãe de atestou: "sua filha está com síndrome do pânico".<br /><br />Opa! Peraí!!!! Eu??? Com síndrome do pânico??? Como assim???<br /><br />Eu estava com a pressão alta (17x7), uma dor insuportável, assustada, e com muito enjôo. Isso era enxaqueca, na minha opinão. Fiquei internada na enfermaria até às 23h, tomando remédios fortíssimos para tirar a dor e baixar minha pressão. Fui liberada, voltei pra casa e fui direto pra cama.<br /><br />Eis que acordo na segunda-feira, às 6h, pra chamar o Lucca para a escola e percebo que meu rosto está paralisado no lado esquerdo. Não consigo falar, e aquilo vai me assustando cada vez mais. Pensei "estou tendo um AVC"!!<br /><br />Liguei para minha mãe imediatamente, que foi me buscar, e rumamos para o hospital. Dei entrada direto na emergência, e dessa vez fui atendida por um médico muito atencioso, humano e acima de tudo, preocupado. Fiz tomografia, ressonância, mil exames de sangue, exame de urina, fiquei em observação, com o médico analisando a possibilidade de ser stress, enxaqueca, microtromboses no cérebro ou, até mesmo, princípio de esclerose múltipla. No fim, o resultado foi meio óbvio: crise aguda de stress.<br /><br />Mas como, se agora está tudo bem na minha vida?, perguntei para o médico. E ele me respondeu que é só depois que o "furação" vai embora é que podemos ver, realmente, o tamanho do estrago. Ou seja, como o ano de 2009 foi muito pesado para mim, e logo de cara de em 2010 eu perco minha avó e uma amiga querida (além do excesso de trabalho), meu corpo quase pediu "falência". E como dizia uma terapeuta que eu me consultava há uns anos, "quando a gente não para na vida, a vida dá um jeito de parar a gente". E foi isso mesmo que aconteceu comigo.<br /><br />Conclusão: vou ter que fazer um baita check up com diversos especialistas para controlar (ou até mesmo brecar) outras possíveis futuras crises. Sem contar que eu tô batendo na casa dos 36 anos logo mais...<br /><br />Bem, mas o que isso tudo tem a ver com o título??<br /><br />Explico: ganhei um day spa e fui desfrutar o meu presente no último sábado. E foi muito bom!!!<br />Programa de mulherzinha mesmo, com direito a banhos de hidromassagem, duchas ativadoras, massagens, relaxamentos, chazinhos, frutinhas, florzinhas, e todos os outros diminutivos que nós, mulheres, simplesmente amamos. Afinal, não existe nada mais gostoso do que receber cuidados especiais!<br /><br />Logo depois passei pelos serviços de manicure, pedicure, design de sobrancelhas e saí de lá, horas mais tarde, leve como uma pluma. Tanto que dormi feito um anjo o resto da tarde.<br /><br />No sábado a noite fiquei pensando em tudo o que aconteceu, na obrigação de desacelerar, no dia delicioso no spa e cheguei à conclusão que é mais do que necessário que eu dedique um tempo só para mim. Quando nos permitimos pequenos prazeres, criamos uma "barreira natural" que impede crises como aquelas que tive.<br /><br />No meio desse furação todo, ficou na minha lembrança uma brincadeira do médico quando, depois de analisar todos os meus exames, me pediu para abrir bem os braços e imaginar se, naquele espaço, dava para eu abraçar o mundo. Diante da minha negativa, ele sorriu e disse: "ótimo! Então ocupe esse espaço com coisas realmente importantes e de valor, como um abraço, por exemplo". Dito isso, recebi um abração e minha alta. E fui embora aliviada por saber que, dessa vez, tudo teve um final feliz.Andréahttp://www.blogger.com/profile/05715371111827219459noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-8837527937612359515.post-37005415945820983012010-03-02T13:06:00.002-03:002010-03-02T13:09:26.167-03:00O dom.<a href="http://2.bp.blogspot.com/_rFMVrcDtqHM/S4036dN163I/AAAAAAAAAkw/h7fuah_YBKU/s1600-h/untitled.bmp"><img style="MARGIN: 0px 0px 10px 10px; WIDTH: 158px; FLOAT: right; HEIGHT: 200px; CURSOR: hand" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5444069001975425906" border="0" alt="" src="http://2.bp.blogspot.com/_rFMVrcDtqHM/S4036dN163I/AAAAAAAAAkw/h7fuah_YBKU/s200/untitled.bmp" /></a><br /><div align="left"><em>“Relacionar-se é vocação, difícil e rara. A concentração é contínua, o trabalho é de artesão. Um desafio delicioso”<br />Cinthya Verri</em></div><br /><div><br />Com essa frase, um dos meus autores favoritos (Fabrício Carpinejar) abriu um de seus últimos textos: <a href="http://carpinejar.blogspot.com/2010/02/separacao-criativa.html">http://carpinejar.blogspot.com/2010/02/separacao-criativa.html</a>. A pessoa que diz a frase nada mais é do que sua namorada e, dessa forma, conseguiu traduzir perfeitamente o "pulo do gato" de uma relação.</div><br /><div><br />Só se relaciona quem tem o dom, quem tem vocação. Quem não tem paciência com o outro dificilmente saberá superar os obstáculos que uma relação tem. E também dificilmente conseguirá ter uma relação com alguém porque sua capacidade é limitada às palavras proferidas e aos "muros" que criou em torno de si próprio. Também é preciso ter tempo, já que ter alguém demanda um tempo enorme para se descobrir, para se encontrar ou reencontrar.</div><br /><div><br />Relacionamento às vezes parece uma corrida de obstáculos: a cada 100m tem alguma coisa pra impedir o avanço, pra fazer voltar atrás ou simplesmente empacar, desistir. Porém, se há uma vontade em comum, a cada cancela saltada vem a sensação de paz, de recomeço.</div><br /><div><br />Ter alguém é ter que engolir sapos às vezes. Ou brejos. Ou um ranário completo. Para se ter paz num relacionamento é preciso, além da paixão, um bom sistema digestivo pra digerir pedras e algodão doce ao mesmo tempo. Porque o amor é o algodão doce - aquela coisa real, mas tão delicada que se dissolve num toque. Mas se saboreada entre os dois traz a sensação doce de proximidade.</div><br /><div><br />Posso até ser crucificada, apontada, criticada, mas hoje prefiro me manter num relacionamento seguro, estável, com uma série de obstáculos superáveis, do que partir para a aventura do começar de novo, e aprender quais são as "sensibilidades" do parceiro e ficar driblando, tal qual um zagueiro da segunda divisão, os medos e o desconhecido. É como tentar dançar uma valsa num quarto escuro e apertado, e sem saber onde o parceiro está. Eu gosto mesmo é do desafio diário de continuar conquistando (e ser conquistada por) alguém que está há cinco anos do meu lado.</div><br /><div><br />Como disse no começo, se relacionar é dom. Mas a arte mesmo está em manter por tanto tempo a chama acesa, mesmo que ela pisque em algum momento.</div><br /><div></div><br /><div></div>Andréahttp://www.blogger.com/profile/05715371111827219459noreply@blogger.com3tag:blogger.com,1999:blog-8837527937612359515.post-79469628571449440342010-02-22T21:10:00.002-03:002010-02-22T21:15:00.959-03:00Uma década de amor.<a href="http://2.bp.blogspot.com/_rFMVrcDtqHM/S4Md3b5_1LI/AAAAAAAAAko/404HBWRLi6M/s1600-h/DSC07543.JPG"><img style="MARGIN: 0px 0px 10px 10px; WIDTH: 200px; FLOAT: right; HEIGHT: 150px; CURSOR: hand" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5441225613014717618" border="0" alt="" src="http://2.bp.blogspot.com/_rFMVrcDtqHM/S4Md3b5_1LI/AAAAAAAAAko/404HBWRLi6M/s200/DSC07543.JPG" /></a><br /><div>Há exatos dez anos, nesse mesmo horário - 20h10 - eu estava sentindo o primeiro aviso de que meu filho estava chegando. Foi engraçado, assustador, dolorido. Não era a hora porque ainda faltavam, pelo menos, uns 25 dias para o parto. </div><div><br />Na hora entrei em pânico: liguei para a médica e ouvi para eu aguardar as próximas contrações e, se começassem a vir cada vez menos espaçadas, era pra eu correr para a maternidade. </div><div><br />E assim foi feito. Às 5h30 da manhã do dia 23 de fevereiro eu dei entrada no Santa Joana. Às 8h48 o Lucca nasceu de cesariana, com 36 semanas de uma gestação muito tumultuada. A começar pelo princípio da própria história. Engravidei de um moço que eu estava ficando havia três meses apenas. </div><div><br />Foi um susto, um baque. Um mix de revolta (com direito a pergunta "por que eu??), com tristeza, com muito medo. Tudo foi complicado desde o início - contar para meus pais, ter a "anuência" do pai da criança, encarar familiares, amigos e paqueras. Naquele momento achei que minha vida tinha acabado ali. </div><div><br />Até que aos dois meses começou a fase mais crítica do processo porque passei a ter sangramentos como se fossem menstruação. Na primeira situação corri para o hospital mais próximo da minha casa e entre um exame e outro, pude ouvir pela primeira vez o coraçãozinho dele batendo. Acreditem: ressucitei naquele momento e decidi que brigaria a todo custo pela chegada dele. </div><div><br />E assim o fiz, mesmo diante de todos os dissabores que foram aparecendo pelo caminho. E olha que não me faltou obstáculo! Desde dos meus pais que simplesmente não falavam direito comigo, amigos que viraram as costas, emprego que minguou porque era freela, e o próprio pai da criança que foi me largando aos poucos e ficando com outras meninas sem se importar se eu saberia ou não. </div><div><br />No dia 22 de fevereiro de 2000, eu e o pai dele brigamos feio porque ele tinha que comprar um berço bacana e acabou comprando uma prancha de surf nova. Quase tive um treco, afinal, já havia pintado sozinha todo o quartinho do Lucca, arrumado enfeites, colado estrelinhas no teto, arrumado roupinhas e todas as tranqueiras que um bebê podia precisar. Bem, depois da discussão, eu passei a ter contrações. O resto já contei aqui no início do texto. </div><div><br />E mesmo enfrentando tantas dificuldades nessa primeira década do meu filho (fiquei solteira, o pai dele o registrou mas nunca foi um pai de fato, enfrentei desemprego, fiquei doente, ele ficou doente, etc.) uma coisa me chamou atenção - as malucas do blog De Salto Alto e Batom nunca nos deixaram sozinhos. Aliás, a Diana e a Juliana (carinhosamente apelidada de Mané pelo Lucca) estiveram presentes em momentos únicos. </div><div><br />Outras pessoas também fizeram a diferença ao longo desses 10 anos. Até mesmo o Zé fez a parte dele, mostrando que mais do que um pai, uma criança precisa de alguém em quem possa confiar. Adoro saber que eles são e serão grandes amigos. Sou eternamente grata a ele por dar ao Lucca o que lhe faltava. </div><div><br />Enfim, amanhã, quando ele abrir aqueles seus olhinhos verdes esmeralda, vou ter a certeza de que quem ganhou o presente fui eu. E foi o presente mais bonito de toda a minha vida.</div><div> </div>Andréahttp://www.blogger.com/profile/05715371111827219459noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-8837527937612359515.post-16633981395526417402010-01-20T14:59:00.003-02:002010-01-20T15:36:46.796-02:00A espera do adeus.<a href="http://2.bp.blogspot.com/_rFMVrcDtqHM/S1c_ISdXHgI/AAAAAAAAAkg/Ffx4Id4h4wI/s1600-h/P1525_09-08-09%5B1%5D.JPG"><img style="MARGIN: 0px 0px 10px 10px; WIDTH: 200px; FLOAT: right; HEIGHT: 150px; CURSOR: hand" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5428877287444913666" border="0" alt="" src="http://2.bp.blogspot.com/_rFMVrcDtqHM/S1c_ISdXHgI/AAAAAAAAAkg/Ffx4Id4h4wI/s200/P1525_09-08-09%5B1%5D.JPG" /></a><br /><div>Hoje ela ia fazer um jantar para mim.</div><br /><div>O cardápio era o meu preferido: arroz, feijão, bife à milanesa, salada de alface, batatinha frita. Aliás, esse foi o mesmo menu do meu aniversário, quando ela fez um almoço surpresa pra mim e chamou pessoas queridas para compartilhar o momento.</div><br /><div>Hoje eu ia sair do escritório no horário, ia voar pra casa dela, ganhar carinhos, cafunés, afagos, íamos conversar, falar no meu trabalho novo, falar do Lucca - que é a paixão dela - e eu ia contar as peripécias do Lilo, que comeu duas blusas minhas.</div><br /><div>Na hora de ir embora eu ia pegar nas mãos dela e lhe dizer o quanto eu a amava. Como sempre.</div><br /><div>O meu jantar foi cancelado na última quarta-feira, quando a minha avó foi internada após um infarto. Daí que se seguiram mais dois, arritmias, falência de um pulmão, de um rim, sedação, e ela não voltou mais, entrou em coma.</div><br /><div>Acredito que em poucas horas ela vá embora em definitivo. Porque aquele corpo que está lá, cheio de fios, tubos, catéteres não é mais a Vó Nora. Não a minha Vó Nora!</div><br /><div>A minha avó se levantaria dali, resmungando, é claro, mas iria passar um café bem forte pro Vô Mello e pra mim, e ia fazer bolinhos de chuva e depois sentaria comigo e riria das minhas bobagens. A minha Vó Nora ia me abraçar bem apertado e eu ia sentir o cheirinho dela e alí, no seu colo, eu estaria bem protegida. E o Vô Mello sorrira confortado por saber que não existe amor maior do que o nosso.</div><br /><div>Ou melhor, existe sim.</div><br /><div>O amor dos dois é o maior amor do mundo: são 65 anos de casados, completados em julho passado, mais os tais dois anos de namoro. Nunca vi os dois discutirem, nunca ouvi um palavrão, uma picuinha. Na matemática da vida em que a soma de dois resulta em um, eles se fundiram.</div><br /><div>Por isso, a minha preocupação agora é ele. Porque uma parte dele está morrendo e, no alto de seus 89 anos, ele não vai ter mais quem passe seu café forte logo após o almoço. A conversa da noite, diante da tevê, será um monólogo. Pra quem ele vai fingir que é surdo, só para que ela falasse bem perto de seu ouvido??</div><br /><div>Os doces, os presentes, o carinho, vai pra quem agora?? Não valerá mais a pena comprar o Estadão de domingo porque o Suplemento Feminino vai ficar jogado num canto.</div><br /><div>Eu estou perdendo a minha avó. Ele está perdendo a razão de viver.</div><br /><div>Não posso ser injusta e sei que a missão dela está chegando ao fim. Ela viveu por quase 86 anos (seu aniversário seria em 18/2), uma vida boa, sem privações severas, ou problemas insolúveis. Passeou, viajou, conheceu lugares legais. Teve quatro filhos, sendo que a mais velha morreu no parto. Dos outros três filhos, ganhou seis netos e quatro bisnetos. Sou a neta mais velha e mãe do bisneto mais velho. Ela amava a todos, mas eu, sem modéstia nenhuma mesmo, era sua paixão. Quando o Lucca nasceu, perdi o meu posto de preferida.</div><br /><div>Não tenho medo, nem vergonha de dizer que a amo mais do que a minha mãe.</div><br /><div>Assim como também não tenho a menor vergonha de estar, em pleno escritório, chorando ao escrever esse post.</div><br /><div>"Vó Nora, minha amada, minha querida, minha mãe, vá com Deus. Siga para junto do Pai, Lá seus irmãos estarão te esperando. Não olhe pra nós, porque somos egoístas e estamos chorando sua falta. Olhe pra frente e veja que o Céu está em festa. Mais um anjo está voltando pra casa".</div><br /><div>Da sua filhinha,</div><br /><div>Andréa</div><br /><div></div>Andréahttp://www.blogger.com/profile/05715371111827219459noreply@blogger.com4tag:blogger.com,1999:blog-8837527937612359515.post-82101615320835061982010-01-12T14:27:00.003-02:002010-01-12T15:46:15.996-02:00A.I. 5 ou recado.<a href="http://1.bp.blogspot.com/_rFMVrcDtqHM/S0y1WHIC-II/AAAAAAAAAkY/C7qIS3XBHyc/s1600-h/images.jpg"><img style="MARGIN: 0px 0px 10px 10px; WIDTH: 135px; FLOAT: right; HEIGHT: 73px; CURSOR: hand" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5425911042549151874" border="0" alt="" src="http://1.bp.blogspot.com/_rFMVrcDtqHM/S0y1WHIC-II/AAAAAAAAAkY/C7qIS3XBHyc/s200/images.jpg" /></a><br /><div>Fui censurada.</div><br /><div>Achei que essas coisas aconteciam somente com aqueles que mexiam com figurões da política, ou com "coronéis" de qualquer segmento.</div><br /><div>Mas aconteceu comigo.</div><br /><div>No fim do ano passado postei um texto falando sobre o orgulho que sinto do meu pai e contando sobre as dificuldades que passamos ao longo de quase três décadas. Dificuldades que ele superou uma a uma com maestria.</div><br /><div>Daí que escrevi um parágrafo mencionando - vejam bem, mencionando - algumas de suas conquistas materiais, sem dar grandes detalhes, e fui censurada. E eu só queria amarrar meu argumento com um <em>gran finale</em>.</div><br /><div>A desculpa para a censura esbarra na questão da privacidade, que esbarra na questão da violência e que esbarra na questão da ordem e dos bons costumes.</div><br /><div>Ouvi alguns desaforos e daí tirei hoje o tal parágrafo do texto, conforme a "solicitação" do meu censor. E a minha intenção era expor, aqui, e de forma muito positiva, aquele que é um dos meus maiores exemplos de vida.</div><br /><div>Talvez seja difícil para outras pessoas saber que eu amo meu pai e que ele, do jeito torto dele, também me ama. E que não cabe mais ninguém - de fora - no meio dessa relação. </div><br /><div>Fui dormir repensando certos conceitos, assim como algumas relações humanas, que são cheias de sombras de pessoas que sobrevivem da inveja e do ciúme.</div><br /><div>Ao acordar hoje ainda estava com raiva do real mandatário da ordem de censura. Com o passar das horas pude perceber que sou melhor do que essa pessoa, sem nenhuma modéstia mesmo.</div><br /><div>Eu sou assim, desse jeito que vocês estão acostumados a ler/ver: se estiver triste não vou publicar uma piada, se estiver feliz, meu texto não será sombrio. Se eu precisar de socorro, vou gritar e estender a mão, se tiver alguma coisa boa pra passar, tenham a certeza de que estará aqui também.</div><br /><div>O meu censor queria que eu deletasse o blog. Pensei em até enviar a ele os emails que recebo de gente de todo o tipo, me incentivando, me elogiando ou até mesmo me criticando com o firme propósito de fazer com que eu cresça ou só contando que meus textos tocam fundo no coração. E olha que eu sou só mais uma na blogesfera.</div><br /><div>Desisti da idéia.</div><br /><div>Amo escrever, amo saber que tenho leitores fiéis, e que viraram amigos que são escudeiros de verdade. Amo a minha liberdade de expressão.</div><br /><div>Já me fizeram ficar em silêncio muitas vezes, mesmo quando minha alma berrava dentro de mim. Mas dessa vez não vão me calar.</div><br /><div>Porque não cabe o que tem de bom dentro de mim.<br />Principalmente no quesito caráter e honestidade, já que não me escondo atrás de outras pessoas para emitir minha opinião.</div><br /><div></div>Andréahttp://www.blogger.com/profile/05715371111827219459noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-8837527937612359515.post-55516860170546535962010-01-08T01:05:00.004-02:002010-01-08T02:18:21.608-02:00Feliz 2010, desventuras em série e um pedacinho da história da minha vida.<a href="http://4.bp.blogspot.com/_rFMVrcDtqHM/S0ax9BMTFpI/AAAAAAAAAkQ/uyVZqajawWA/s1600-h/brinde.jpg"><img style="MARGIN: 0px 0px 10px 10px; WIDTH: 200px; FLOAT: right; HEIGHT: 200px; CURSOR: hand" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5424218463064495762" border="0" alt="" src="http://4.bp.blogspot.com/_rFMVrcDtqHM/S0ax9BMTFpI/AAAAAAAAAkQ/uyVZqajawWA/s200/brinde.jpg" /></a><br /><div>Tirei férias.</div><br /><div>Na verdade, me dei férias. Achei que precisava de um tempinho do tipo eu comigo mesma (ops Rafa, desculpe, mas precisei emprestar a expressão) e daí juntei minhas malas, as do meu filho, mais a tranqueirada do Lilo e fomos rumo ao litoral paulista.</div><br /><div>Nada de glamuroso - fui para a Praia Grande mesmo - porém, com a promessa de descansar mesmo, desligar de tudo e de todos. Aliás, peço desculpas aos que me mandaram emails, mensagens e tentaram me ligar e não conseguiram. Por razões que só a tecnologia 3G da Claro conhece, nem meu celular, nem minha internet funcionavam dentro do meu apartamento.</div><br /><div>Mas pensando bem, melhor assim, já que pude estar mais tempo sozinha, sem interferências externas.</div><br /><div>Tirando as desventuras em série, que eu mecionei no título e que daqui a pouco detalharei, posso dizer que minha virada não teve nada de especial: não comi lentilhas, embora a minha amiga Jéssica tivesse levado para a ceia (e todo mundo disse que estava maravilhosa), não guardei uma folha de louro na carteira pra ter mais dinheiro, não comi as uvas, não pulei num pé só, não joguei flores no mar. Também não fiz promessas porque não quero ficar devendo nada pra mim mesma. O verbo que vou conjugar em 2010 é REALIZAR!!</div><br /><div>Acontece que mesmo abrindo mão de todos os rituais e simpatias, não deixei de lado o hábito de agradecer tudo o que aconteceu ao longo do ano passado. E como no texto anterior fiz uma brincadeira listando tudo aquilo que perdi, resolvi agradecer assim mesmo.</div><br /><div>Porque foi com os tombos e tropeços que aprendi, que cresci, que amadureci. Claro que os conselhos dos amigos queridos, as conversas, os desabafos também valeram. Mas de toda a lição que 2009 deixou, talvez a mais importante tenha sido a de nunca mais esquecer de olhar para mim antes de qualquer coisa. Ter a certeza daquilo que eu quero ou das coisas que eu realmente não faço questão é muito bom.</div><br /><div>E hoje, logo nos primeiros dias do novo ano, eu já tenho comigo uma listinha do que eu não quero. E entre elas está o fato de que eu não quero mais do mesmo. Ou seja, ou será diferente, importante, intenso, ou simplesmente não será. Cansei do tudo bem, do OK, do deixa pra lá.</div><br /><div>Como disse no texto anterior, em que sabia que talvez perdesse mais alguma coisa nos últimos dias do ano, de fato perdi. E dessa vez foi o namorado.</div><br /><div>Na hora chorei, fiquei triste. Ainda acho que estou triste. Mas vai passar, eu sei. Porque dessa vez eu quero mesmo que passe. Porque simplesmente não dava mais pra continuar cultivando erva daninha num terreno tão fértil e tão bom como é meu coração!</div><br /><div>Não me arrependo nem um minuto por ter amado tanto alguém que por muitas vezes mereceu meu amor. Mas como sabemos, tudo tem um ciclo e eu precisei ir até o fim pra realizar o fim, pra entender e aceitar. E a dor e a tristeza viraram lembranças de um passado bacana, em que eu tive um cara muito legal ao meu lado. Pena que acabou - tanto a época, quanto o brilho dessa pessoa.</div><br /><div>Com tudo isso - aceitação, reconhecimento, perdão - percebi que explodiu dentro de mim, de novo, aquele "mulherão" cheio de certezas e seguranças, medos, suspiros, sonhos, e muita força, exatamente como eu era há uns dez anos. E eu fui invadida pela paz.</div><br /><div>E é essa paz que eu quero transmitir para todos, para que 2010 seja, assim, um ano memorável, farto de realizações.</div><br /><div></div><br /><div>*******************************************************</div><br /><div>Bem, o título também se refere às desventuras em série. É que quando planejei viajar para a praia, na minha cabeça seria apenas eu, meu filho e o Lilo (minha calopsita). Daí que quando eu já estava praticamente a caminho da estrada, o ex lembrou que havia convidado um casal de amigos nossos para passar a virada conosco, e eles (sem saber de nada, é claro) já estavam fazendo planos para ceia e tudo mais. Conclusão: o ex que não ia para o mesmo lugar que eu, foi, os amigos também foram (e eu adorei ter o Bruno e a Jéssica na minha casa) e ficamos todos juntinhos, no mesmo apartamento - o meu, no caso.</div><br /><div>Diante das circunstâncias, o ex resolveu que eu tinha que fazer um tender, já que ele considerou que seria pouca comida para todos nós. A resignada aqui saiu, então, em busca do tender perdido, em plena Praia Grande, num 29 de dezembro. Achei um bem pequenininho, do tipo Bolinha. E foi ele mesmo o escolhido (e ficou uma delícia!!).</div><br /><div>Bem, passamos a ceia com outros amigos queridos, o Fábio e a Meire e a quantidade de comida que tinha lá eram absurda!!! Dava para mais umas 10 pessoas comerem tranquilamente e ainda sobrar. </div><br /><div>Faltando uns cinco minutos para meia noite e rumamos todos para a praia.</div><br /><div>Meia noite em ponto estouramos os champagnes e brindamos e nos abraçamos, e São Pedro já dava alguns sinais de mau humor com uns pinguinhos de chuva (ainda bem que não tinha feito chapinha...). Os fogos foram poucos e minguados. Quase um mico.</div><br /><div>Fui pro mar fazer minhas orações a agradecimentos debaixo de chuva. Não pulei ondinhas porque simplesmente o mar resolveu não mandar nem marola pra mim. Achei melhor deixar pra lá.</div><br /><div>Quase quatro da manhã acordo me sentindo mal, como se não tivesse feito a digestão. E eu nem tinha jantado direito!!! Resumo: peguei a tal da virose que provoca "problemas" gastrointestinais e passei dois dias no vaso, quase como uma flor!</div><br /><div>No meio disso tudo acabou a água no meu prédio e a solução do caso virou um empurra-empurra entre SABESP e o síndico. E eu com piriri e visitas em casa!!! Sem contar que o primeiro dia do ano amanheceu sob um dilúvio!</div><br /><div>SOCORRO!!!</div><br /><div>Justamente por estar malzinha, o ex se plantou lá em casa, depois de me levar remédios e gatorade. Daí, quando melhorei, quem caiu de cama (ou dominou a privada) foi ele. E lá se foram três dias de sofrimento: ele jogado, ora na cama, ora no sofá, e eu lá, sem aproveitar minhas férias... Teve até um dia que, vendo o circo pegar fogo, saí e fui comprar qualquer besteira no mercadinho perto do prédio. Só pra poder respirar um pouco. Voltei pra casa com uma sacolinha com papel higiênico e cigarros. Pro ex, é claro!</div><br /><div>Ah! já ia me esquecendo... ele tem uma cachorrinha, que detesta o Lilo, e também ficou lá em casa. A coitadinha não tinha culpa de nada, era outra vítima alí no meio da situação toda.</div><br /><div>E antes que eu me esqueça, preciso dizer que o ex se instalou lá em casa mesmo tendo um apartamento na rua imediatamente anterior a do meu prédio, e ele, claro, fez cara de carranca todos os dias que ficou por lá.</div><br /><div>Por fim, o moço me pediu carona para voltarmos a SP ontem e eu pude, enfim, despejar tudo aquilo que eu senti, sinto e ainda vou sentir por ele. Nada como 50 minutos de volante para tornar o discurso mais empolgante...</div><br /><div></div><br /><div>*******************************************</div><br /><div>O pedacinho da história da minha vida aconteceu de forma inesperada. Fui visitar uma escola que estudei a minha vida toda, com o objetivo de matricular o Lucca lá, e me deparei com lembranças lindas e tão vivas que me emocionei. Como numa volta ao passado, vivi cenas da minha história através de paredes, quadros, espaços, pessoas. E o melhor foi o diretor da esola lembrar de mim na hora e soltar um "claro que me lembro de você, Andréa Mello, afinal você era uma boa aluna, mas também era terrível".</div><br /><div>Nem fui ver as outras escolas da lista. Tem coisas que são tradicionais e o ensino lá ainda é o mesmo. Se eu me senti acolhida, imagino que o Lucca também irá se sentir assim.</div><br /><div></div><br /><div>*********************************************</div><br /><div>Bem, pra concluir só quero que saibam que umas das coisas que jamais abrirei mão é dos meus amigos, sejam eles os companheiros do dia a dia, os que estão longe, ou os virtuais (que são tão importantes quanto os outros).</div><br /><div>Eu, sozinha, até resolvo meus pepinos. Mas cercada e abraçada por vocês, meus amigos, sou a pessoa mais forte do mundo!!!</div><br /><div>Então, um brinde à amizade e outro à vida.</div><br /><div>E que 2010 nos traga novos desafios e muitas conquistas!!</div><br /><div></div>Andréahttp://www.blogger.com/profile/05715371111827219459noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8837527937612359515.post-46805895670774598462009-12-24T10:29:00.004-02:002009-12-24T11:03:03.972-02:00Perdi.<a href="http://1.bp.blogspot.com/_rFMVrcDtqHM/SzNmGv4h0BI/AAAAAAAAAj4/-WkVybuFvPA/s1600-h/1123398_red_star_.jpg"><img style="MARGIN: 0px 0px 10px 10px; WIDTH: 161px; FLOAT: right; HEIGHT: 200px; CURSOR: hand" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5418787042775650322" border="0" alt="" src="http://1.bp.blogspot.com/_rFMVrcDtqHM/SzNmGv4h0BI/AAAAAAAAAj4/-WkVybuFvPA/s200/1123398_red_star_.jpg" /></a><br /><div>Esse ano eu perdi muita coisa.</div><br /><div>Tem gente que diz que a gente não perde o que não nos pertencia e que se nos foi tirado, era porque, de fato, não tinha que ser nosso.</div><br /><div>Ouvi isso pela manhã, ou seja, agora a pouco.</div><br /><div>Essas palavras derrubaram todo o argumento do texto que eu tinha escrito ontem a noite, entre laços de presentes, artesanatos que secavam sobre a mesa, uma pizza e a carinha de curioso do Lucca (e as artes do Lilo, que ontem mesmo comeu uma parte da blusa que eu vestia).</div><br /><div>No meu texto eu listei coisas que tinha perdido ao longo de 2009. Tudo absolutamente verdadeiro. Era mais ou menos assim:</div><br /><div>- janeiro: perdi clientes na assessoria que trabalhava e a crise econômica mundial batia forte. As empresas passaram a cortar aquilo que era supérfluo e comunicação estava na lista.</div><br /><div>- fevereiro: perdi meu emprego deposi de mais de 18 meses de trabalho ininterruptos. Acabaei me desentendendo com a chefia, que via em mim a causa da debandada dos clientes e achava que a crise era, assim, uma marolinha. Ainda em fevereiro perdi a convivência diária dos meus pais, e passe a morar sozinha.</div><br /><div>- março: depois de um merecido descanso e do início da adaptação sozinha no apartamento, perdi uma vaga de trabalho em uma grande agência para alguém recém formado. Fui considerada boa demais pra vaga.</div><br /><div>- abril: perdi o chão por causa de acontecimentos que precisam de muitos posts para serem explicados. Perdi o sono, perdi o viço, perdi a vontade de continuar, perdi a mão comigo mesma e engordei muitos quilos. Pra ajudar, minha mãe estava fora do país. Também perdi a oportunidade de dar início às atividades da agência que eu e uma amiga querida resolvemos criar. O cliente percebeu que não haveria dinheiro suficiente para o serviço quando já avançávamos nos trabalhos.</div><br /><div>- maio: fiquei noiva do Zé e perdi a vontade de levar a vida de solteira que eu sempre levei. Nesse mês minha mãe retornou da sua viagem e eu perdi o medo que tinha dela. Em maio também perdemos a Leda, depois de mais de seis anos lutando contra o câncer.</div><br /><div>- junho: perdi o tesão da profissão depois de um trabalho realizado no Rio de Janeiro. O cliente me levou à exaustão em todos os sentidos. Cheguei em São Paulo e perdi o fio da meada com o Zé e daí entramos em crise.</div><br /><div>- julho: perdi meu relacionamento de quase 5 anos com o Zé, e a aliança perdeu o sentido na minha mão. Também perdi a sensação de viver dias lindos. No fim do mês perdi a crença em certas pessoas, que são capazes de mentir para se manterem em evidência e passarem por bonzinhos.</div><br /><div>- agosto: perdi de vez o interesse peloa minha profissão. Nada dava certo, nada acontecia e fui perdendo, aos poucos, o amor próprio.</div><br /><div>- setembro: o mês do meu aniversário me fez perder o orgulho e eu pedi ajuda financeira para meu pai. Outro muro que perdeu seus alicerces foi o da resistência do Zé. Voltamos e as alianças perderam o pó da caixinha que as guardava.</div><br /><div>- outubro: eu perdi a paz com um trabalho que, apesar de ter sido ótimo e ter me dado de volta o prazer de trabalhar, me deixou toda atrapalhada. Em duas semanas percorri cinco estados. Perdi a paciência em Brasília, por pouco não perdi o vôo em Belo Horizonte, quase perdi a vida num vôo desastrado para Florianópolis. Também perdi a chance de ser efetivada nessa agência após meus job porque a matriz não tinha "money to pay".</div><br /><div>- novembro: perdi a falta de vergonha na cara e parti para a reeducação alimentar e perdi alguns poucos quilos. Mas perdi!!</div><br /><div>- dezembro: perdi a saúde e tive crises de amidalite, a tireóide parou de novo, a insônia voltou com tudo. Paralelamente, o Zé foi perdendo a vontade de viver e perdeu a mão de novo em nossa relação. Perdemos novamente a velocidade das emoções - enquanto eu acelerava, ele perdia o torque.</div><br /><div></div><br /><div>Ainda falta uma semana para o ano terminar, e eu acho que outras coisas serão perdidas também. Porém, a única coisa que eu não perdi foi a fé. Nunca perdi a esperança em realizar meus ideiais.</div><br /><div>Acreditando que o amanhã podia ser melhor, e bastava para isso que eu me empenhasse, cheguei na reta final de 2009 mais leve, depois de perder tantas coisas.</div><br /><div>Mas no meio disso tudo, ganhei algo que será fundamental para transformar 2010 num ano mágico: a maturidade.</div><br /><div>Por isso, hoje eu desejo a todos que percam seus medos, que percam a vergonha e que percam a inércia que os mantem parados. E que vocês não percam nunca o verdadeiro sentido que essa data tem: o renascimento.</div><br /><div>Que a paz que eu trago hoje em meu coração alcance todos vocês.</div><br /><div>Um beijão e FELIZ NATAL!!</div><br /><div></div><br /><div align="center"><strong>******************************************************************************</strong></div><br /><div></div><br /><div>"Se eu pudesse deixar algum presente a você, deixaria o acesso ao sentimento de amar a vida dos seres humanos. A consciência de aprender tudo o que foi ensinado pelo tempo afora... Lembraria os erros que foram cometidos para que não mais se repetissem. A capacidade de escolher novos rumos. Deixaria para você, se pudesse, o respeito aquilo que é indispensável: além do pão, o trabalho. Além do trabalho, a ação. E, quando tudo mais faltasse, um segredo: o de buscar no interior de si mesmo a resposta e a força para encontrar a saída." (<a class="ecxautor" title="http://www.pensador.info/autor/Gandhi/ CTRL + Clique para seguir o link" target="_blank">Gandhi</a>)</div><br /><div></div><br /><div></div>Andréahttp://www.blogger.com/profile/05715371111827219459noreply@blogger.com4