domingo, 14 de setembro de 2014

Não haverá amanhã se não houver perdão


Estou
 a dois dias de completar 40 anos. Hoje é domingo, o dia está incrivelmente lindo e calorento, e o céu está azul. Estamos prestes a entrar na primavera e as árvores do bairro já anunciam a estação que mais amo. Hoje está tudo florido, inclusive minha alma. 
Há pouco fui tomada por um sentimento ímpar de gratidão. Andava com meus cães na pracinha aqui perto de casa e essa energia me invadiu. Quase não pude controlar a emoção - meus olhos marejarem e eu me senti como que abraçada e completamente envolvida por esse sentimento tão forte. Baixinho disse apenas o obrigada. 
Gratidão define, enfim, essa nova fase. 
Mas antes de ser grata eu precisei aprender a perdoar. 
"Não haverá amanhã se não houver perdão". A frase soprada em meus ouvidos na muitos meses foi a chave para eu abrir a porta da gratidão. 
O primeiro passo foi reconhecer meus erros e me perdoar. Sou humana, afinal. Olhei para trás e vi o meu caminho percorrido, enxerguei meus erros e fraquezas, e simplesmente me perdoei. Entreguei ali o meu mais sincero perdão. 
Na seqüência perdoei quem tinha me machucado. E antes que alguém imagine que saí por aí dizendo "Fulano, eu te perdôo", explico: curei em mim todas as feridas abertas. Algumas levaram anos para fechar, mas sararam. Restaram as cicatrizes que provam que venci o rancor e mágoa. 
Um por um foram recebendo a minha oração do perdão e meu desejo de luz e paz. Para alguns, em específico, escrevi sem a menor pretensão de esperar um retorno. 
Também pedi perdão e continuo pedindo diariamente para todos aqueles que magoei, sem esperar resposta, porque agora, nessa parte, trata da evolução do outro em me perdoar ou não. 
Eu estou subindo os degraus da evolução, um por um, porque quis evoluir. E para isso aceitei os dissabores da vida. E posso afirmar, sem modéstia, que foram inúmeros. Precisei morrer em mim mesma muitas vezes para renascer como sou agora. 
Hoje entendo que esses últimos anos foram de lições duras e que essa nova fase, que inauguro daqui a dois dias, será de praticar todos esses ensinamentos. 
Hoje também compreendo que a vida não me bateu, como afirmei em algumas ocasiões. Acontece que existem aprendizados que exigiram uma dedicação muito maior do que eu estava disposta a oferecer. Daí que a vida fez a coisa toda ir pelo caminho da dor. E posso dizer que doeu muito mesmo. 
Hoje sou grata. 
Hoje sinto uma vontade imensa de espalhar bondade e amor por aí. Hoje sou a primavera e sopro minhas sementes através da brisa que passa por mim, devolvendo à minha história o sorriso que nunca ninguém conseguiu me tirar. 
Blessed Be!