terça-feira, 14 de julho de 2009

De som e serenidade.


A inspiração anda me fugindo ultimamente e poucas são as coisas que me tocam e me fazem ver a vida com outros olhos.

Aliás, nem minhas músicas têm sido companheiras das dúvidas.

Meus autores favoritos escrevem coisas bacanas, mas também já não tem me falado diretamente. Mas mesmo assim eu ainda os leio, como num exercício diário de resgate de alguma coisa que foi perdida num dia desses qualquer.

E dessa vez não foi o carro novo que quebrou pela terceira vez em dez dias, nem as incertezas profissionais, financeiras. Não é falta do Lucca, que passa férias na casa da avó. Não é a crise que se abateu (again, again and again) no relacionamento.

É tudo. E também não é nada.

É como numa valsa longa e arrastada. É como num samba de uma nota só.

E mesmo que eu pareça cantar aos quatro ventos a melodia que a vida impõe (ou seria sugere?), não há harmonia. Há, sim, uma falsa serenidade.

Mas hoje, justamente hoje, quando alguns sonhos ainda se esvaiam no meio de pensamentos num dia invernal tão lindo e ensolarado, li algo que me despertou.

Vi que essa música tem duração, e o repeat só funciona se eu apertá-lo.





Meu coração dança

no balanço da canção

Meu coração canta

em alto e bom som


Mas às vezes emudece

e congela no salão

Às vezes se esquece

que a música tem duração


2 comentários:

Francisco disse...

Existem momentos na vida, em que o som é Rock pesado, mas o nosso ritmo tá mais para uma Valsa. E vice versa.
Quando a gente dança sózinho, fica pior ainda! rsrsrs Sei bem o que estou falando! rsrsrsrs
Um beijãozão, minha amiga!

Robson Schneider disse...

CONFISSÃO
Que esta minha paz e este meu amado silêncio
Não iludam a ninguém
Não é a paz de uma cidade bombardeada e deserta
Nem tampouco a paz compulsória dos cemitérios
Acho-me relativamente feliz
Porque nada de exterior me acontece...
Mas,
Em mim, na minha alma,
Pressinto que vou ter um terremoto!

Mário quintana...
Bjo