Tirei férias.
Na verdade, me dei férias. Achei que precisava de um tempinho do tipo eu comigo mesma (ops Rafa, desculpe, mas precisei emprestar a expressão) e daí juntei minhas malas, as do meu filho, mais a tranqueirada do Lilo e fomos rumo ao litoral paulista.
Nada de glamuroso - fui para a Praia Grande mesmo - porém, com a promessa de descansar mesmo, desligar de tudo e de todos. Aliás, peço desculpas aos que me mandaram emails, mensagens e tentaram me ligar e não conseguiram. Por razões que só a tecnologia 3G da Claro conhece, nem meu celular, nem minha internet funcionavam dentro do meu apartamento.
Mas pensando bem, melhor assim, já que pude estar mais tempo sozinha, sem interferências externas.
Tirando as desventuras em série, que eu mecionei no título e que daqui a pouco detalharei, posso dizer que minha virada não teve nada de especial: não comi lentilhas, embora a minha amiga Jéssica tivesse levado para a ceia (e todo mundo disse que estava maravilhosa), não guardei uma folha de louro na carteira pra ter mais dinheiro, não comi as uvas, não pulei num pé só, não joguei flores no mar. Também não fiz promessas porque não quero ficar devendo nada pra mim mesma. O verbo que vou conjugar em 2010 é REALIZAR!!
Acontece que mesmo abrindo mão de todos os rituais e simpatias, não deixei de lado o hábito de agradecer tudo o que aconteceu ao longo do ano passado. E como no texto anterior fiz uma brincadeira listando tudo aquilo que perdi, resolvi agradecer assim mesmo.
Porque foi com os tombos e tropeços que aprendi, que cresci, que amadureci. Claro que os conselhos dos amigos queridos, as conversas, os desabafos também valeram. Mas de toda a lição que 2009 deixou, talvez a mais importante tenha sido a de nunca mais esquecer de olhar para mim antes de qualquer coisa. Ter a certeza daquilo que eu quero ou das coisas que eu realmente não faço questão é muito bom.
E hoje, logo nos primeiros dias do novo ano, eu já tenho comigo uma listinha do que eu não quero. E entre elas está o fato de que eu não quero mais do mesmo. Ou seja, ou será diferente, importante, intenso, ou simplesmente não será. Cansei do tudo bem, do OK, do deixa pra lá.
Como disse no texto anterior, em que sabia que talvez perdesse mais alguma coisa nos últimos dias do ano, de fato perdi. E dessa vez foi o namorado.
Na hora chorei, fiquei triste. Ainda acho que estou triste. Mas vai passar, eu sei. Porque dessa vez eu quero mesmo que passe. Porque simplesmente não dava mais pra continuar cultivando erva daninha num terreno tão fértil e tão bom como é meu coração!
Não me arrependo nem um minuto por ter amado tanto alguém que por muitas vezes mereceu meu amor. Mas como sabemos, tudo tem um ciclo e eu precisei ir até o fim pra realizar o fim, pra entender e aceitar. E a dor e a tristeza viraram lembranças de um passado bacana, em que eu tive um cara muito legal ao meu lado. Pena que acabou - tanto a época, quanto o brilho dessa pessoa.
Com tudo isso - aceitação, reconhecimento, perdão - percebi que explodiu dentro de mim, de novo, aquele "mulherão" cheio de certezas e seguranças, medos, suspiros, sonhos, e muita força, exatamente como eu era há uns dez anos. E eu fui invadida pela paz.
E é essa paz que eu quero transmitir para todos, para que 2010 seja, assim, um ano memorável, farto de realizações.
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Bem, o título também se refere às desventuras em série. É que quando planejei viajar para a praia, na minha cabeça seria apenas eu, meu filho e o Lilo (minha calopsita). Daí que quando eu já estava praticamente a caminho da estrada, o ex lembrou que havia convidado um casal de amigos nossos para passar a virada conosco, e eles (sem saber de nada, é claro) já estavam fazendo planos para ceia e tudo mais. Conclusão: o ex que não ia para o mesmo lugar que eu, foi, os amigos também foram (e eu adorei ter o Bruno e a Jéssica na minha casa) e ficamos todos juntinhos, no mesmo apartamento - o meu, no caso.
Diante das circunstâncias, o ex resolveu que eu tinha que fazer um tender, já que ele considerou que seria pouca comida para todos nós. A resignada aqui saiu, então, em busca do tender perdido, em plena Praia Grande, num 29 de dezembro. Achei um bem pequenininho, do tipo Bolinha. E foi ele mesmo o escolhido (e ficou uma delícia!!).
Bem, passamos a ceia com outros amigos queridos, o Fábio e a Meire e a quantidade de comida que tinha lá eram absurda!!! Dava para mais umas 10 pessoas comerem tranquilamente e ainda sobrar.
Faltando uns cinco minutos para meia noite e rumamos todos para a praia.
Meia noite em ponto estouramos os champagnes e brindamos e nos abraçamos, e São Pedro já dava alguns sinais de mau humor com uns pinguinhos de chuva (ainda bem que não tinha feito chapinha...). Os fogos foram poucos e minguados. Quase um mico.
Fui pro mar fazer minhas orações a agradecimentos debaixo de chuva. Não pulei ondinhas porque simplesmente o mar resolveu não mandar nem marola pra mim. Achei melhor deixar pra lá.
Quase quatro da manhã acordo me sentindo mal, como se não tivesse feito a digestão. E eu nem tinha jantado direito!!! Resumo: peguei a tal da virose que provoca "problemas" gastrointestinais e passei dois dias no vaso, quase como uma flor!
No meio disso tudo acabou a água no meu prédio e a solução do caso virou um empurra-empurra entre SABESP e o síndico. E eu com piriri e visitas em casa!!! Sem contar que o primeiro dia do ano amanheceu sob um dilúvio!
SOCORRO!!!
Justamente por estar malzinha, o ex se plantou lá em casa, depois de me levar remédios e gatorade. Daí, quando melhorei, quem caiu de cama (ou dominou a privada) foi ele. E lá se foram três dias de sofrimento: ele jogado, ora na cama, ora no sofá, e eu lá, sem aproveitar minhas férias... Teve até um dia que, vendo o circo pegar fogo, saí e fui comprar qualquer besteira no mercadinho perto do prédio. Só pra poder respirar um pouco. Voltei pra casa com uma sacolinha com papel higiênico e cigarros. Pro ex, é claro!
Ah! já ia me esquecendo... ele tem uma cachorrinha, que detesta o Lilo, e também ficou lá em casa. A coitadinha não tinha culpa de nada, era outra vítima alí no meio da situação toda.
E antes que eu me esqueça, preciso dizer que o ex se instalou lá em casa mesmo tendo um apartamento na rua imediatamente anterior a do meu prédio, e ele, claro, fez cara de carranca todos os dias que ficou por lá.
Por fim, o moço me pediu carona para voltarmos a SP ontem e eu pude, enfim, despejar tudo aquilo que eu senti, sinto e ainda vou sentir por ele. Nada como 50 minutos de volante para tornar o discurso mais empolgante...
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O pedacinho da história da minha vida aconteceu de forma inesperada. Fui visitar uma escola que estudei a minha vida toda, com o objetivo de matricular o Lucca lá, e me deparei com lembranças lindas e tão vivas que me emocionei. Como numa volta ao passado, vivi cenas da minha história através de paredes, quadros, espaços, pessoas. E o melhor foi o diretor da esola lembrar de mim na hora e soltar um "claro que me lembro de você, Andréa Mello, afinal você era uma boa aluna, mas também era terrível".
Nem fui ver as outras escolas da lista. Tem coisas que são tradicionais e o ensino lá ainda é o mesmo. Se eu me senti acolhida, imagino que o Lucca também irá se sentir assim.
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Bem, pra concluir só quero que saibam que umas das coisas que jamais abrirei mão é dos meus amigos, sejam eles os companheiros do dia a dia, os que estão longe, ou os virtuais (que são tão importantes quanto os outros).
Eu, sozinha, até resolvo meus pepinos. Mas cercada e abraçada por vocês, meus amigos, sou a pessoa mais forte do mundo!!!
Então, um brinde à amizade e outro à vida.
E que 2010 nos traga novos desafios e muitas conquistas!!
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