quarta-feira, 24 de setembro de 2008

Memória

Dia desses, passando por um dos blogs que leio assiduamente (Eu Comigo Mesmo, do Rafael Cury), me deparei com a poesia abaixo, de autoria de Carlos Drummond de Andrade:

Memória
Amar o perdido
deixa confundido
este coração.

Nada pode o olvido
contra o sem sentido
apelo do Não.

As coisas tangíveis
tornam-se insensíveis
à palma da mão.

Mas as coisas findas,
muito mais que lindas,
essas ficarão.

No final de seu post, Rafael amarrou com a seguinte frase: "E que eu volte a ver beleza nas histórias que já se foram".

Depois disso, não consegui parar de pensar nessa poesia e na frase de meu colega blogueiro.
Talvez haja tanta verdade em ambas que eu somente agora eu tenha me dado conta da beleza das histórias que vivi.
Coisas que hoje me parecem tão distantes, como se eu tivesse sonhado com elas.
Lembro de dias claros, sorrisos largos, promessas cheias de verdade.
Havia muita alegria.
Havia desejo.
Havia lealdade, cumplicidade.
Havia também uma ou outra divergência (necessária para fazer as pazes).
Havia verdade nisso tudo.
Mas as verdades ficam obsoletas, ultrapassadas.
Principalmente no que tange ao sentimento: se hoje és príncipe, amanhã será sapo!
E isso é fato!!
Porém, nada mais triste do que ter lembranças coloridas e a percepção de aquilo tudo foi um sonho e que você já acordou, sozinha, em um novo dia.

Um comentário:

Rafael Cury disse...

Sentimentos parecidos. Mas continuo em minha busca de olhar o passado e achar tudo muito bonito. Nem sempre consigo. Adorei, seu blog, que ainda não tinha visitado. Posso colocar um link dele no meu?