Tenho a sensação de que algumas pessoas conseguem fazer o tempo parar.
É meio como um play-pause: bastam abrir a boca e pronto - pause!
E a pausa é no tempo, no espaço, em tudo.
Eu tive a oportunidade de estar com várias pessoas assim, porém, conheço dois personagens que me deixam "pausada e ambos vieram por meio do meu trabalho. Um é jornalista e o outro um cliente atual.
O interessante é que não há conotação sexual.
Não tenho pensamentos lascívos com nenhum deles.
Ambos têm vasta cultura, falam de qualquer assunto.
Ambos são jovens e promissores em suas carreiras.
São mentes brilhantes, almas brilhantes. São cerejeiras em flor. Nasceram com um certo dom, um certo quê de diferente ou complementar.
O primeiro tem uma sensibilidade rara. O outro tem uma presença iluminada.
Babo diante dos dois. Literalmente.
Se bem que o primeiro está pelas bandas do cerrado brasileiro e faz tempo que eu não o vejo.
Aliás ele não precisa estar presente: um simples recado no orkut ou um email gentil me fazem dar pause no tempo.
Conheci o primeiro em 2006, como diretor de externa da TV Cultura.
Estávamos gravando para o programa Balanço Social e ele dirigia as gravações.
Não sei se foi empatia ou hipnose mesmo. Bastou ele abrir a boca e dar as primeiras cordenadas e o tempo pausou.
A forma como ele conduzia as entrevistas era encantadora, deliciosamente encantadora.
A paciência, o carinho e o respeito pelas pessoas são sua marca registrada. Ele faz tudo isso sendo firme, porém, doce.
Essa é a minha impressão. Essa foi a marca que ele deixou em mim. Nutrimos respeito e admiração um pelo outro.
Não somos amigos, nunca saimos para beber, nunca batemos papo sobre a vida pessoal.
Ele é um amante da profissão, assim como eu. Uma pessoa admirável.
Já, o outro entrou na minha vida quase na mesma época.
Por esses acasos da vida, ele era cliente de uma amiga, na mesma agência que eu trabalhava, e eu atendi algumas ligações para ela, algumas vezes.
Era ele, o cliente, cujo nome forte ficou marcado na minha cabeça e cujas ações eram amplamente comentadas.
Mudei de agência e, no início desse ano, ganhamos uma conta importante.
Eis que, na primeira reunião, para a minha surpresa, ele estava lá - personificado, em carne, ossos, olhos profundamente azuis e um sorriso avassalador. Aquele que era um mito tinha acabado de se tornar um ídolo.
Pronto, pensei. Mais um especialista em hipnose!!!
E como ele faz meu tempo parar.
Nota para explicar a sensação: não é desejo sexual, não é paixão, paquera, nem nada parecido.
Olho pra ele e desejo, do fundo do meu coração, que meu filho seja como ele: apaixonado por tudo o que faz. Comprometido com tudo o que leva seu nome.
Virei sua fã. Me sinto como a irmã mais velha do irmão temporão.
Ontem fui a uma reunião que ele conduzia e tive mais uma dessas paralisias.
Bebi cada palavra e vibrei com sua vitória ao término da apresentação. Ele havia vencido uma importante batalha diante dos outros diretores ali presentes.
E eu testemunhei como é bom colher os frutos que a gente planta com tanto carinho e esforço.
Nada como o reconhecimento.
No fim das contas, ainda ganhei dele um sorrisinho de satisfação por estar ali, presente naquele momento, aplaudindo com mil mãos dentro de mim a atuação desse moço. Juro que li em seus olhos um "obrigado, Andréa". Sinto que a minha presença lhe causa algum conforto, alguma segurança. Feeling de irmã...
Também acho que ele viu dentro de mim a felicidade por compartilhar com ele a paixão pela profissão.
Saí de lá meio tonta e muito feliz - pelo seu trabalho e pelas mil perspectivas do meu, que está começando com essa nova ação.
Confesso que sai apenas hoje da hipnose de ontem...
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