domingo, 16 de agosto de 2009

Mal assombrado.


Dia lindo lá fora, em pleno domingo. E eu aqui em casa, olhando o horizonte de longe.

Faz sol lá fora e eu morro de frio aqui dentro. Não há cobertor que chegue ou malha de lã que me aqueça.

O inverno se instalou dentro de mim. São montanhas de neve eterna, grossas camadas de gelo. Só assim para esconder o que ainda vive em mim.

Apesar do movimento da rua, do dia feliz lá fora, dos pequenos prazeres, não me sobrou vontade de estar no meio disso tudo.

Vivo dias de zumbi:á não durmo o que preciso, nem como o que gosto, nem sonho mais meus sonhos. O tal seguir em frente já não existe mais - acabou como uma bolha de sabão. E eu fiquei em suspensão nesse universo paralelo de dor.

Vivo dias automáticos, dando tilt a cada nova bofetada da vida.

Minhas músicas não são mais pra mim, assim como meus autores também já não o são. Minhas plantas na varanda estão lá, os vasos da minha sala estão vazios. Há uma fina camada de poeira nos móveis. Só há eco, solidão, pó.

Aqui já não vive mais ninguém.

E, pelo que posso prever, esse espaço nunca mais será habitado.

Um comentário:

Robson Schneider disse...

Sensação fodida de ruim esse minha amiga... sei o significado de cada linha e confesso gostaria de não saber... como gostaria.
Um beijo