quarta-feira, 5 de novembro de 2008

Tempo Rei


Ouvi isso pela manhã, no momento em que saia da avenida Nova Cantareira e entrava na rua Aureliano Leal. Antes da música tocar, eu havia feito uma pequena prece agradecendo meu destino e as oportunidades que ainda virão.

Bem, pra quem mora em SP, esse lugar fica na Zona Norte. E quem vive na Zona Norte, sabe o que eu estou falando. Essa rua é repleta de árvores floridas e tem uma vista linda para a Serra da Cantareira.

Agora imaginem: estou entregando meus passos ao "Tempo Rei", que rege tudo e todos, estou celebrando meu destino ainda por vir, cheio de novas oportunidades, e essa música toca. E enche meu coração e minha alma.
E pensar que meu coração anda parecendo aquele Pavilhão da Bienal: vazio, porém, cheio de significados e valor.
Melhor assim. Porque quando for ocupado, com numa próxima mostra (de carinho, afetuosidade, amor, lealdade), se tornará um espaço fixo de uma exposição permante!
"Ensinai, ó Pai, o que eu ainda não sei".


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Tempo Rei

Gilberto Gil


Não me iludo, tudo permanecerá do jeito

Que tem sido, transcorrendo, transformando

Tempo e espaço navegando todos os sentidos

Pães de Açúcar, Corcovados

Fustigados pela chuva e pelo eterno vento

Água mole, pedra dura

Tanto bate que não restará nem pensamento

Tempo rei, ó tempo rei, ó tempo rei, transformai as velhas formas do viver

Ensinai, ó Pai, o que eu ainda não sei, mãe senhora do Perpétuo socorrei

Pensamento, mesmo fundamento singular

Do ser humano, de um momento para o outro

Poderá não mais fundar nem gregos nem baianos

Mães zelosas, pais corujas

Vejam como as águas de repente ficam sujas

Não se iludam, não me iludo

Tudo agora mesmo pode estar por um segundo

2 comentários:

Flávia disse...

Tudo pode estar por um segundo e a gente não perde essa mania insana de adiar...

Muito obrigada pela visita que me fez, moça. Seja bem vinda sempre por lá! Dei uma espiadinha nas fotos do seu filhote... lindo, parabéns! :D

Beijos!

Viviane Moraes Danieleski disse...

Acho que embora você se sinta como aquele vazio pavilhão da Bienal tenha certeza de que não é. Você é uma das mais ricas pessoas que conheço. Cheia de vida, de alegria, alto astral e que nunca esmorece.
Beijos,
Vivi