Hoje eu completo exatos 10 dias como dona-de-casa.
Meus pais se foram (para sua casa nova) e eu comecei, de fato, uma vida nova. Completamente nova e diferente de tudo o que eu jamais vivi. E confesso: é cansativa.
Quando o relógio aponta 22 horas eu tô morta, e vou pra cama me arrastando.
Aliás, a cama também é outra agora (maior, mais confortável). Pra quem estava acostumada a dormir numa cama auxiliar, daquelas que se escondem embaixo da outra, isso é o paraíso.
Outro detalhe: tenho televisão no quarto mas, diante do meu atual estado físico, fica ligada uns dez minutos por noite.
Daí, às 6h em ponto eu estou de pé, para levar o Lucca na escola.
Cansativo, mas juro, é muito melhor do que eu jamais poderia ter imaginado.
Herdei um apartamento montado, com móveis e eletrodomésticos, pratos, copos, talheres, tuppewares - todos usados. Mas estamos providenciando para que sejam trocados, aos poucos.
Pra começar, a decoração foi completamente modificada. Tirei quadros antigos, os muitos porta-retratos que minha mãe insistia em manter sobre um móvel. Investi em pequenas peças, coloquei alguns artesanatos que eu confeccionei. Minha coleção de imagens de São Francisco de Assis tem agora mais espaço
Resgatei uma colcha rendada, que servirá de manta para o sofá. Também pintei alguns quadrinhos, coloquei fotos novas, velas em locais estratégicos.
Agora minha sala tem flores, que serão constantes e consagradas.
Além disso tudo, herdei também a "guarda" do meu irmão, o Fábio.
Ele tem sido meu companheiro nesses dias de ajustes, adaptações. Estamos juntos, e com uma vontade enorme de crescer e, diante dos pequenos obstáculos do nosso cotidiano, amadurecer e seguir nossas vidas.
Aliás, descobri que ele é mais do que um irmão mais novo ou o padrinho do Lucca. Talvez porque nunca tivemos a chance de estarmos tão próximos, por questões de ideias, idade, personalidades, mas hoje somos grandes amigos.
E por falar em Lucca, ele também está se adaptando. Tudo é muito novo para ele, que vê as novidades ainda com seus olhinhos verdes cheio de desconfiança. Mas me disse que está feliz só porque eu estou em casa em tempo integral, cuidando dele.
A vida segue para frente.
Agora eu cozinho todos os dias (arroz, feijão, carne, salada), lavo roupas, passo roupas, arrumo as coisas.
E quando tranco a porta, à noite, antes de dormir, tenho a sensação de que o mundo é meu. Pelo menos, dentro da minha nova casa.
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