quinta-feira, 16 de outubro de 2008

O princípio do vazio


Depois de confessar aqui que tudo o que preciso é amor, que vou refazer meu jardim e que vou cuidar mais de mim, fiquei pensando em uma coisa: o que virá quando tudo isso estiver pronto.

Sou o tipo de pessoa que precisa estar constantemente apaixonada para ser feliz. Apaixonada pela vida, pelo trabalho, pelas pessoas, por alguém especial.

Porém, ultimamente, tirando o amor pelo meu filho e pelos meus amigos, tenho me sentido meio vazia.

Parece que houve uma mudança dentro de mim: os móveis já não estão mais no lugar, há muito espaço e algum eco. Aliás, ainda ecoam vozes de coisas que não foram embora, e que já não pertencem mais a esse lugar, mas que insistem em ficar.

Mesmo assim me sinto vazia.

E a princípio isso soou de forma depressiva. Fiquei triste porque coisas caras haviam sido despejadas de dentro de mim, sem a minha autorização. Coisas importantes foram embora e só ficou a saudade e a memória que insistem em habitar esse espaço vazio.

A tristeza ainda está saindo junto com a mudança. Mas isso um dia acaba.

Por outro lado, estar vazia é uma excelente oportunidade de dar sentindo à minha história. A partir do momento em que eu me certificar de que não há mais nada do antigo inquilino, poderei locar novamente esse espaço tão privilegiado que é meu coração. E assim, preencher com novo mobiliário e criar um ambiente aconchegante e acolhedor.



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